Professores fazem manifestação por piso nacional e reposição salarial em São Paulo

24/04/2009 - 19h15

Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Como parte do dia nacional de mobilização e paralisação, cerca de 300 professores da rede pública estadual de São Paulo, segundo números da Polícia Militar, participaram na tarde de hoje (24) de uma manifestação em frente à sede da Secretaria Estadual de Educação, na Praça da República, no centro da capital. Um dos pedidos dos manifestantes é para que o governo paulista assuma o piso nacional da categoria, estipulado em R$ 950.“São Paulo é o estado mais rico do país, mas temos estados em que o salário é muito melhor, tal como o Acre. [O governo de] São Paulo é muito injusto com a questão da educação. Se temos um estado rico e forte, devíamos ter também uma educação de qualidade para corresponder a sua importância”, afirmou Cláudio Azevedo, diretor do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp).Os professores de São Paulo também reivindicam reajuste salarial e mais 27,5% de reposição das perdas salariais, fim da política de bônus concedida pelo governo e que premia professores de escolas que receberam melhores notas, fim da superlotação das salas de aula, estabilidade no emprego e um novo plano de carreira.“Hoje, o salário de um professor que inicia [na profissão] está em torno de R$ 750, que é abaixo do piso nacional”, criticou Maria Izabel Azevedo Noronha, presidente da Apeoesp. Segundo ela, além do aumento salarial, os professores necessitam também ter uma carreira atrativa, onde possam evoluir, além de reconhecimento social.A falta de respeito na profissão foi uma das queixas de Cláudia Martinho, professora há 25 anos em São Paulo. “Hoje, é mais difícil ser professor até mesmo por essa política do governo de desvalorização e discriminação [da categoria]”. Cláudia também reclamou dos baixos salários. “Com o salário [na época em que iniciou na profissão] dava para fazer um monte de coisa. Dava para pagar contas de água, de luz e de aluguel e até viajar nas férias. Hoje em dia, você paga a conta de luz num mês e, no outro, a conta de água, para não cortar. O salário que o professor tinha em média há vários anos não é o mesmo de agora”, criticou.Procurada pela Agência Brasil, a Secretaria de Estado da Educação disse que não iria se manifestar sobre o protesto dos professores.