Iedi lembra que desemprego cresce, mas poder de compra do salário continua estável

24/04/2009 - 21h13

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi)divulgou hoje (24) análise técnica na qual minimiza o salto de 0,5 pontopercentual no índice de desemprego de fevereiro para março e diz que o aumento “não é tão superior” em relação a anos recentes.O índice saiu de 8,5% em fevereiro para 9% em março. Em 2006 e em 2007, a variação foi de 0,3 ponto percentual nos mesmos meses.Para o Iedi, tem mais peso levar em conta que o rendimento médio real do trabalhador permaneceu estável em março, com o poder de compra preservado, a despeito da situação econômica adversa.O instituto destacou o aumento de 0,7% da População Economicamente Ativa (PEA) em março, comparado a fevereiro,depois de quatro meses consecutivos de recuos, e mostrou que maispessoas têm se apresentado no mercado de trabalho em busca de ocupação,o que ocorre regularmente nos meses de março.Pela análise do Iedi, os resultados sobre desemprego referentesao mês passado, “não são os melhores registrados na série de empregopara um mês de março,o que mostra que o mercado de trabalho vem sofrendo com a crise”. Mas,consideradas as retrações ocorridas nos setores produtivos da economia,“o resultado deve ser relativizado e visto como positivo”.Já o professor de economia da Trevisan Escola deNegócios, Alcides Leite, lembra que o aumento da taxa de desemprego noprimeiro trimestre de cada ano é natural, uma vez que a produçãoindustrial e o comércio sofrem retração no período imediato à euforiade compras de fim de ano.Ele acrescenta, no entanto, que oaumento do desemprego nos três primeiros meses de 2009, com o índicealcançando 9% nas contas do Instituto Brasileiro de Geografia eEstatística (IBGE), “foi além do mero efeito sazonal”, em virtude dasdemissões provocadas pela crise financeira na virada do ano, sobretudono setor industrial.Alcides Leite acredita que a taxade desocupação começará a recuar nos próximos meses, por causa dagradativa recuperação de alguns setores da atividade produtiva na segunda metade do ano. Para ele,  a trajetória do índice de desemprego em 2009 ficará acima do que foi registrado em 2008.Os técnicos do Iedi têm visão semelhante. “Se nãohá sinais inequívocos de melhora, pelo menos o mercado de trabalhourbano mostra que houve recuo da forte deterioração do emprego,verificada na passagem de 2008 para 2009".