Declaração oficial trata da venda de aviões da Embraer para empresa aérea da Argentina

23/04/2009 - 23h37

Gislene Nogueira
Enviada especial da EBC
Buenos Aires - A declaraçãoconjunta de Brasil e Argentina defende as negociaçõesda Rodada Doha, o uso de moedas locais no comérciobilateral e o Mercosul para enfrentar a crise financeira mundial e dasnegociações comerciais sobre a venda de 20 aviões daEmbraer para uma companhia aérea argentina.O texto ficou prontodepois que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou aArgentina na tarde de hoje (23). O atraso foi causado por umademora na redação do documento na parte que trata das negociaçõesentre a Embraer e a Aerolíneas Argentinas. Na semana passada, havia a expectativa de que oanúncio do negócio seria feito durante a visita dopresidente Lula, mas não houve acordo. Na declaração,consta a informação de uma reunião ocorrida há dez dias, emSão José dos Campos, São Paulo,  quando se chegou a umentendimento para a negociação dos aviões modelo 190 AR, da Embraer, quecontará com linha de financiamento do Banco Nacional deDesenvolvimento Econômico e Social (BNDES). No encontro dehoje, as diplomacias brasileira e argentina destacaram os avançosposteriores à reunião. Os governos dos doispaíses, ainda segundo o texto, trataram da assinatura de umacordo de confidencialidade com o propósito de transmitirnormas técnicas da indústria aeronáuticabrasileira à fábrica de aviões de Córdoba,interior da Argentina, para a confecção de peçase componentes. Também estáregistrado na carta do encontro, o compromisso de incentivar o uso dosistema de pagamento do comércio bilateral em moedas locais. Omecanismo permite que o Brasil e a Argentina efetuem as transaçõesde comércio exterior com o real e o peso. O Brasil e a Argentinaconcordam que a consolidação do Mercosul é umelemento-chave para enfrentar a atual crise econômicainternacional. E declaram apoio às negociaçõesda Rodada Doha, para alcançar uma maior integraçãodos países em desenvolvimento na economia internacional. Na declaração,está registrado o consenso dos dois países sobre anecessidade de trabalhar pela reforma do Conselho de Segurançadas Nações Unidas, para torná-lo maisdemocrático, transparente e representativo.