Decisão de levar ao plenário limitação de passagens divide deputados

23/04/2009 - 21h25

Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Adecisão do presidente da Câmara, deputado Michel Temer (PMDB-SP), delevar para votação em plenário a resolução, que limita o uso depassagens aéreas aos próprios deputados ou a assessores, comautorização da 3ª Secretaria da Casa, ainda divide os parlamentares. Algunsagumentam que a Mesa Diretora da Câmara deveria assumir sozinha a decisão, e não tentardividir a responsabilidade com os outros deputados. Outros, acham que seo plenário aprovar a resolução ela terá mais força. Mas há também os que criticam a decisão de Temer de restringir o uso das passagens aéreas.Odeputado Gastão Vieira (PMDB-MA) disse que lamentava a decisãoanunciada pelo deputado Michel Temer. “Quem tem que assumir aresponsabilidade por essa e por outras questões é a Mesa Diretora. Elatem de assumir atitudes. Essa atitude é equivocada e submeter ao plenário é transferir para o restante da Casa a responsabilidade pelarejeição da medida, que não tem o apoio nem de 10% dos deputados”, disse Vieira.Deacordo com Gastão Vieira, a resolução está sendo levada para o plenáriopara ser rejeitada. “A medida não resolve absolutamente nada e nãomelhora a imagem da Câmara”. Segundo Vieira, o que tem que ser feito édar tansparência ao uso das passagens e deixar que a populaçãoacompanhe o uso das passagens  pelos deputados e que, se houver abuso, queo Ministério Público puna os responsáveis.Já o deputado RaulJungmann (PPS-PE) apóia a decisão de restringir o uso das passagensaéreas aos deputados e assessores autorizados. “Essa Casa tem quesintonizar-se com o povo. A medida moraliza e acaba com os excessos queaqui ocorreram”. Jungmann disse que, se a resolução for rejeitada navotação em plenário, ele vai recorrer à Justiça. “Se perdermos em plenário, vamos recorrer à Justiça, para que essa vontade prevaleça,porque ela é a vontade da maioria da população”.O deputadoDomingos Dutra (PT-MA) reclamou da restrição do uso das passagens. Eledisse que qualquer fato que leva ao clamor público, em vez de provocarmedidas para punir aqueles que erraram, termina levando a Câmara a generalizar.Segundo ele, todos os assuntos que dizem respeito aos interesses dosdeputados deveriam ser discutidos com os próprios parlamentares antes deser anunciado. “Acho razoável que o plenário decida essa questão”.Parao deputado Chico Alencar (P-SOL-RJ), a restrição do uso das passagensdeveria ser da Mesa Diretora e não deveria ser levada ao plenário. “Opresidente Temer não quis ser autoritário e vai submeter a decisão ao plenário, onde pode acontecer muita coisa, inclusive que não seja boapara a própria instituição. Vamos nos empenhar pela aprovação daresolução no plenário, até para evitarmos que continuemos sangrando”, disse Alencar.