Concessionárias de abastecimento de água têm perdas anuais de R$ 4,4 bilhões

23/04/2009 - 17h18

Lourenço Canuto
Repórter da Agência Brasil
Brasília - As empresasconcessionárias do serviço de fornecimento de águano país têm perda anual aproximada de R$ 4,4 bilhões,com os vazamentos na rede e o consumo que não écontabilizado, as chamadas ligações diretas. Foi o que constatou oDiagnóstico dos Serviços de Água e Esgoto,referente a ano de 2007, levantamento coordenado pelo Ministériodas Cidades. A publicação está em sua 13ªedição e integra o banco de dados do Sistema Nacionalde Informações sobre Saneamento (SNIS). As informaçõessão repassadas pelas concessionárias.Detectar o problema econsertar os pontos em que há vazamentos ou mesmo identificarusuários que não estão no sistema é umaoperação complexa, segundo o coordenador do Programa deModernização de Saneamento do Ministério,Hernani Ciríaco.De acordo com ele, 39% daágua manipulada pelas empresas é desperdiçada,mas espera-se que esse índice diminua nos próximosanos. Ciríaco observou também que índices altosde desperdício não ocorrem só no Brasil, mas atémesmo em países desenvolvidos. A questão envolve anecessidade de melhora no gerenciamento das empresas e nos métodosutilizados na área operacional. Essas deficiências, deacordo com Ciríaco, são reconhecidas pelasconcessionárias. As empresas alegam que a reduçãoesperada do desperdício deve vir das obras que estão emandamento na área do saneamento, no âmbito do Programade Aceleração do Crescimento (PAC). Asconcessionárias atendem a 4.556 municípios nofornecimento de água e a 1.355 municípios na prestaçãode serviços de esgoto, de acordo com o diagnóstico dosetor. Na área urbana, são atendidas 149,7 milhõesde pessoas no fornecimento de água e 117 milhões depessoas na prestação de serviços de esgoto.De acordo com olevantamento do Ministério das Cidades, esses númeroscorrespondem, respectivamente, a 97,9% e a 76,5% da populaçãourbana do país.Ciríaco afirmou que o banco de dadosdo SNIS está em fase de aperfeiçoamento para permitir oplanejamento mais adequado de políticas públicas emelhorias no setor.