Lojistas comemoram redução de IPI para linha branca, mas pedem redução de ICMS estadual

22/04/2009 - 6h53

Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Os lojistas do Rio de Janeiro comemoraram a redução do Imposto sobre Propriedade Industrial (IPI) determinada pelo governo federal na última sexta-feira (17) e agora pedem a diminuição do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), de competência estadual.O apelo foi feito pelo presidente do Sindicato dos Lojistas do Município do Rio (Sindilojas), Aldo Gonçalves. “O governo do estado poderia reduzir o ICMS em relação ao comércio, para beneficiar o consumidor e, principalmente, evitar o desemprego, que é o grande receio de todos. Se não houver trabalho, diminui o consumo, diminuem as vendas e diminui a produção”, analisou Gonçalves, que também é presidente do Clube de Diretores Lojistas (CDL).Segundo ele, é preciso frear a o desemprego, para que a população continue a consumir e a indústria permaneça produzindo. O empresário negou que o país esteja em crise e afirmou que prefere chamar o atual momento apenas de “turbulência no mercado financeiro”.Gonçalves frisou que o ânimo dos lojistas é manter até o limite o emprego dos funcionários, pois existe um custo alto no processo de demissão e treinamento. “A tendência é manter o nível de emprego, a não ser que haja uma redução muito drástica de vendas, o que não esperamos”, disse.O presidente do Sindilojas e do CDL discordou das recentes análises de economistas que prevêem agravamento da recessão no país. “Eu não vejo o quadro como crise. O Brasil tem uma série de vantagens, como auto-suficiência de petróleo e alimentação, forte mercado interno e uma pauta de exportações variada, para um amplo leque de clientes”, explicou.O empresário disse que os descontos na linha branca, primeiro usados pelas grandes cadeias de lojas com sistemas de preços mais ágeis, vão chegar a todo o comércio, inclusive aos pequenos lojistas, que terão de aplicar os descontos para manter a concorrência.A medida anunciada pelo governo estipulou a redução da alíquota do IPI de geladeiras de 15% para 5%; de fogões, de 5% para 0%; máquinas de lavar, de 20% para 10%, e de tanquinhos, de 10% para 0%. Com isso, o governo deverá deixar de arrecadar R$ 173 milhões durante os três meses de vigência do desconto, mas espera manter o nível de emprego na indústria.