Desfile de Tiradentes é marcado por ausência de autoridades no Rio

21/04/2009 - 15h10

Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A solenidade em homenagem a Tiradentes, patrono da Polícia Militar do Rio de Janeiro, foi marcada pelo desfile de 330 estudantes de escolas públicas e de parte do efetivo da PM e pela ausência de autoridades municipais, estaduais, do Legislativo e do Judiciário. O governador Sergio Cabral não compareceu, nem mandou como representante o vice-governador, Luiz Fernando Pezão, ou o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame.Da mesma forma, o prefeito Eduardo Paes não compareceu, nem designou qualquer representante municipal. O desfile ocorreu em frente à Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), batizada de Palácio Tiradentes, mas nem isso motivou o presidente da Alerj, deputado Jorge Picciani, a prestigiar o evento. Tampouco o presidente do Tribunal de Justiça (TJ), desembargador Luiz Zveiter, compareceu, embora o prédio do tribunal fique ao lado da Alerj.Apesar da ausência de autoridades, o comandante da PM, coronel Gilson Pitta Lopes, minimizou o fato. “Infelizmente, foi em cima de um feriado prolongado. Provavelmente as autoridades tinham outros compromissos, até de ordem familiar. Então, não vejo demérito nenhum. Mais importante é a presença da comunidade, que tem entendido o sacrifício e o esforço da corporação nesses seus 200 anos”, disse Pitta Lopes.Já o deputado estadual Flávio Bolsonaro (PP), ligado a setores militares e de segurança, avaliou negativamente a ausência de qualquer autoridade no desfile do patrono da PM. “Lamentavelmente, a Polícia Militar vem sofrendo um sucateamento e desmantelamento da tropa. As autoridades esquecem e deixam de lado uma corporação importante como esta. Mas sem dúvida alguma, quando o presidente da Alerj, o presidente do TJ, o governador, está em uma situação de risco, a primeira coisa que vem à cabeça é clamar à PM para que resolva o problema. Então a tropa tinha que ser muito mais reconhecida e muito mais valorizada pelas autoridades”, afirmou Bolsonaro.A ausência também foi criticada pela coordenadora do Movimento das Mulheres de Atitudes Independentes (Mmai), formado por mulheres de policiais militares, Márcia Machado. “É um descaso. Não veio representante nenhum. A polícia está na rua todo o tempo e é essa falta de prestígio total. Foi completamente decepcionante”, desabafou Márcia.A assessoria do governador Sergio Cabral informou que ele estava descansando com a família. A assessoria do vice-governador Pezão disse que o desfile não constava de sua agenda. A assessoria do secretário Beltrame também alegou que a solenidade não constava de sua agenda. A assessoria do prefeito Eduardo Paes disse que ele se encontrava, no momento do desfile, em uma visita de inspeção à cracolândia da favela do Jacarezinho, onde será erguido um centro de apoio. A assessoria do TJ foi contatada por telefone, mas não retornou a ligação até o fechamento desta matéria. A assessoria da Alerj informou que o deputado Picciani nunca comparece à solenidade e que “tradicionalmente” é representado pelo deputado Paulo Ramos (PDT), policial militar reformado.