Projetos integrados de transporte de carga vão aliviar o trânsito na região de São Paulo

17/04/2009 - 18h44

Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Uma alternativa ao transporte de cargas pelas ruas e avenidas daRegião Metropolitana de São Paulo foi apresentada hoje(17) pelo diretor do departamento Hidroviário do Estado de SãoPaulo, Frederico Bussinger, aos integrantes do Conselho deInfra-estrutura (Coinfra) da Federação das Indústriasdo Estado de São Paulo (Fiesp). Foram apresentadosquatro projetos: a logística do etanol, que integra ahidrovia, a dutovia e o Porto de São Sebastião,localizado no litoral norte de São Paulo; a extensão de55 quilômetros até Artemis, pelo Rio Piracicaba; aextensão de 200 quilômetros até Salto pelo RioTietê; e a implantação do hidroanelmetropolitano, de 186 quilômetros.Segundo Bussinger, ahidrovia já existe e é aproveitada. A idéia éampliar esse meio de transporte. Ele avaliou que a viabilidade daampliação da hidrovia na Região Metropolitana étotal, já que, nos últimos 50 anos, o governo do estadode São Paulo investiu mais de R$ 2 bilhões para aconstrução dos equipamentos da hidrovia.“Ahidrovia é uma realidade, em 2008 foram transportados mais de5 milhões de toneladas de carga e, nos últimos dezanos, a hidrovia foi o modo de transporte que mais cresceu, cerca de12% ao ano, de forma sustentada. O que discutimos agora é aampliação desse sistema. São Paulo équase uma ilha com um canal de 25 quilômetros. Nósfazemos o hidroanel, que se superpõe ao rodoanel e aoferroanel, em três regiões distintas, possibilitando umaintegração trimodal”, avaliou o diretor.Bussingerdestacou que os caminhões transportam cerca de 1 bilhãode toneladas por mês pelas pistas da RegiãoMetropolitana de São Paulo, quase o mesmo volume que o Portode Santos movimenta por ano. “São mais de 400 mil viagens decarga aqui, portanto a possibilidade de transferir parte dessa cargapara a hidrovia, a ferrovia e a dutovia é uma enormecontribuição para o trânsito de São Paulo,para a redução do consumo de combustível e parao meio ambiente”. Ele ressaltou que a utilizaçãodo Rio Tietê é possível porque o rio já énavegável em 41 quilômetros entre Santana do Parnaíbae o bairro da Penha, na zona leste da capital, onde já estásendo desenvolvido o projeto de uma eclusa que agregará mais14 quilômetros de navegação. “E aí,pouco a pouco, é possível compor esse hidroanel. Adificuldade que existe é entre Santana do Parnaíba eSalto, onde há um desnível de 200 metros em 100quilômetros, o que torna necessária a conexão porferrovia”.O diretor disse que os prazos sãodistintos para que o projeto seja executado integralmente, jáque cada um tem seu custo e seu tempo para ser executado e existemagendas e estágios diferentes. Bussinger disse que osinvestimentos devem ser feitos por meio de Parceria PúblicosPrivadas (PPP). “Não será uma coisa única,dependerá de cada caso, trecho a trecho e de cada obra.Certamente haverá participação decisiva dainciativa privada”. O presidente do Coinfra, FernandoXavier, afirmou que os empresários ligados à Fiespapóiam o projeto. Segundo ele, a apresentaçãotrouxe uma visão clara de que é possívelpotencializar a utilização da hidrovia cominvestimentos razoáveis. “Vimos ainda comparaçõescom outros países que utilizam as hidrovias em uma proporçãomuito maior do que aquela que fazemos aqui no Brasil. É umassunto para o qual não se está dando a devida atenção,diante da importância que tem para resolver um problema e bemresolvido.”