Tarso miniminiza acusações de Dantas e diz que PF já investiga erros da Satiagraha

16/04/2009 - 19h58

Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O ministro da Justiça, Tarso Genro, minimizou hoje (16), no Rio de Janeiro, as acusações feitas pelo banqueiro Daniel Dantas de que a Polícia Federal teria realizado escutas telefônicas ilegais durante a Operação Satiagraha, a mando do delegado Protógenes Queiroz. Dantas deu as declarações durante depoimento da Comissão Parlamentar de Inquérito das Escutas Telefônicas Clandestinas (CPI dos grampos), na Câmara dos Deputados.De acordo com o ministro da Justiça, eventuais “erros” da Satiagraha já estão sendo investigados pela corregedoria da PF. Genro também enfatizou que o próprio órgão foi o primeiro a identificar as irregularidades. “A primeira instituição que disse que havia erros para serem corrigidos na Satiagraha foi a Polícia Federal, com orientação do ministério da Justiça. Quem tiver cometido ilegalidade, seja de que hierarquia for, vai responder”, disse ele, que participou na tarde de hoje, no Rio de Janeiro de um evento com cerca de dois mil jovens e mulheres atendidos pelo Programa Nacional de Segurança com Cidadania (Pronasci), no estado.Ainda durante o evento, questionado pelos jornalistas sobre o projeto do governo estadual de construir muros nos limites de favelas cariocas para conter o avanço das construções sobre as áreas verdes, o ministro falou que a maioria dos muros construídos no nosso século não deu certo. Tarso Genro ressaltou, no entanto, que não comentaria o projeto do do governo fluminense, especificamente, por não conhecê-lo em detalhes. “Não conheço o projeto, portanto não vou falar dele em particular. Agora todos os muros erguidos na modernidade não deram certo. [Foi o que aconteceu com] o muro de Berlim, aquele entre o México e os Estados Unidos, o do subprime do capital financeiro. Creio que se a comunidade impugnar, fizer uma discussão pública e estiver errado, certamente o governador vai revisar”, disse.Tarso Genro comentou também, durante o encontro, a próxima eleição presidencial. O ministro da Justiça afirmou que se o pleito for disputado pelo governador do estado de São Paulo, José Serra, e pela ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, a disputa terá “um patamar muito qualificado”.