CMN autoriza liberação de crédito de R$ 12,6 bilhões para setor agropecuário

16/04/2009 - 20h20

Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou em reunião extraordináriarealizada no final da tarde de hoje três decisões que devem injetar R$ 12,6 bilhões no setoragropecuário. O maior montante, de R$ 10 bilhões, já tinha sido antecipado à tarde pelo ministro daAgricultura, Reinhold Stephanes, em entrevista à AgênciaBrasil, e será para uma linha de crédito parafinanciamento de capital de giro a agroindústrias, indústriasde máquinas e equipamentos agrícolas e a cooperativasagropecuárias. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que um dos segmentos a serem beneficiados é o setor de carnes (bovinas, aves e suínos). Serão cobradas,nessa linha de crédito especial, taxas de juros fixas de 11,25% ao ano. Os empréstimos têm prazo de até dois anos para o pagamento,incluindo até um ano de carência. Segundo o secretárioadjunto de Política Econômica do Ministério daFazenda, Gilson Bittencourt, considerando os problemas causados pelacrise mundial no setor, “o melhor lugar para irrigar e fazer a rodagirar é a agroindústria”. Bittencourt disse que afalta de capital de giro nessas empresas acaba gerando um “efeitocascata” no restante da economia. “Essas indústrias antecipam recursos aosprodutores e ajudam a financiar a produção. Sem capitalde giro, elas não tem como acessar crédito e nãotem dinheiro para antecipar aos produtores, que não tem comopagar os fornecedores de insumos.”A segunda linha decrédito, de R$ 2,3 bilhões, será destinada a umprograma de financiamento para estocagem de álcool. O BancoNacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)fornecerá R$ 1,3 bilhões, e o Banco do Brasil mais R$ 1bilhão, com recursos da poupança rural. As taxas de juros tambémserão de 11,25% ao anoA última medidaeleva em R$ 300 milhões o volume de recursos do Programa deDesenvolvimento Cooperativo para Agregação de Valor àProdução Agropecuária (Prodecoop). A linha passade R$ 1,7 bilhão para R$ 2 bilhões. Metade se destina a investimentos e a outra parte vai para empréstimos de capital de giro. Também foi autorizado, pelos próximos dois anos, o acesso de empresas integradoras ao benefício. Dessa forma, frigoríficos de aves e suínos serão beneficiados.