Brasil e Peru vão assinar acordo de integração energética durante encontro presidencial

16/04/2009 - 19h14

Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e do Peru, Alan Garcia, vão assinar um acordo de integração energética no próximo dia 28, durante encontro no Acre, segundo informações divulgadas hoje (16), pelos chanceleres brasileiro, Celso Amorim, e peruano, José Antonio Garcia Belaúnde. “Temos interesse no que podemos fazer em termos de interconexão elétrica nessa região [fronteira entre os países]. É um projeto que está bastante maduro e que podemos promover avanços importantes”, disse Belaúnde, após encontro com Amorim no Palácio do Itamaraty, no Rio de Janeiro.O acordo de interconexão energética será firmado entre a Eletro Peru e a Eletrobrás, que ficará encarregada de repassar conhecimento técnico sobre a construção de hidrelétricas e operação de sistemas elétricos. O projeto inicial prevê seis usinas em território peruano, mas que teriam como principal cliente o mercado brasileiro, segundo Belaúnde.O custo estimado é de US$ 4 bilhões, investidos pela iniciativa privada. O projeto envolve as usinas hidrelétricas de Inambari (2.000 MW), Sumabeni (1.074 MW), Paquitzapango (2.000 MW), Urubamba (940 MW), Vizcatán (750 MW) e Cuquipampa (800 MW).Outro assunto que deverá ser tratado pelos dois presidentes é a conclusão da Rodovia Interoceânica, ligando o Brasil ao Oceano Pacífico e permitindo acesso da produção peruana à economia brasileira e ao Oceano Atlântico. O chanceler peruano estima já para o próximo ano a conclusão da rodovia, que terá uma extensão total de 2,2 mil quilômetros.“Isso vai ser uma mudança fundamental para os estados amazônicos do Brasil e várias províncias peruanas”, disse Belaúnde. Durante o encontro presidencial, será inaugurada uma linha de ônibus entre Rio Branco (AC) e Puerto Maldonado, uma rota de 600 quilômetros.Durante a reunião, os chanceleres também discutiram ações conjuntas contra o narcotráfico, que costuma atuar no grande vazio demográfico das selvas peruana e brasileira. “Falei ao ministro de termos um conselho de segurança dentro da Unasul [União das NaçõesSul-Americanas] para o combate ao narcotráfico. É muito importante que nós sejamos capazes de lidar com os nossos problemas e que não necessitemos de iniciativas externas”, disse Amorim.O chanceler brasileiro também abordou a questão da televisão digital como um tema de grande interesse para o Brasil, que pode oferecer parceria tecnológica aos peruanos.