Flávia Villela
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Os agentes daconcessionária que administra os cinco ramais de trens do Rio,a SuperVia, envolvidos nas agressões a usuários namanhã de hoje (15), foram demitidos da empresa. Alémdisso, um processo administrativo foi aberto para investigar o caso.Eles aparecem em imagens divulgadas pela imprensa dando socos echicotadas nos passageiros da estação de Madureira, nazona norte, para manter as portas das composiçõesfechadas. As informações são do diretor deMarketing da SuperVia, José Carlos Leitão.O sistema encontra-sesuperlotado e com longos atrasos, por conta da greve dosferroviários, que dura três dias. Há tambémna gravação pessoas viajando nos tetos dos trens,por falta de espaço nos vagões.Moradora do bairro deBento Ribeiro, a aposentada Vera Lucia Gonçalves estava notrem no momento do incidente e presenciou as agressões. “Euestava atrás de um menino que me empurrou para nãoapanhar de um dos seguranças. Eles [agentes] acham quea gente é sardinha e querem espremer todo mundo dentro dotrem,” disse ela. Passageiros que costumam pegar o trem para irtrabalhar disseram que esse tipo de atitude por parte dos agentes sãocomuns nos horários de pico.Apesar da reuniãoda tarde de ontem (14), entre os representantes do Sindicato dosFerroviários e da SuperVia, os grevistas decidiram manter aparalisação parcial. A SuperVia acusa o sindicato dedescumprir o percentual mínimo de 60% do efetivo demaquinistas, determinado pelo Tribunal Regional do Trabalho do Rio.Caso seja comprovado o não cumprimento da liminar, o sindicatoserá punido com multa diária de R$ 50 mil. Devido àfalta de maquinistas, os trens estão operando com intervalosirregulares. Pela manhã, eragrande o fluxo de veículos que vinham da Baixada Fluminense. Otrânsito ficou praticamente parado em quase todos os acessos ao centro, principalmente para os motoristas que optaram pela AvenidaBrasil e Linhas Vermelha e Amarela. Ônibus e transportesalternativos circularam lotados desde as primeiras horas desta manhã.