Presidente de CPI critica Supremo por concessão de habeas corpus a Lacerda

15/04/2009 - 17h28

Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente daComissão Parlamentar de Inquérito das EscutasTelefônicas Clandestinas (CPI dos grampos), deputado MarceloItagiba (PMDB-RJ), criticou, há pouco, o Supremos TribunalFederal (STF) por ter concedido habeas corpus ao delegadoPaulo Lacerda, para que este não precisasse comparecer hoje(15) à comissão para depor. “Embora sejadecisão legítima do STF, me parece intromissãoindevida em ato da CPI . Era um ato de convocação de umservidor público que deveria comparecer para prestardepoimento”, disse Itagiba. A decisão do Supremo saiu ontem (14) à noite. O ex-diretor geral da Polícia Federal (PF) e da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) pediu a suspensão do depoimento na CPI até o julgamento final do méritodo habeas corpus. Lacerda é atualmente adido policialna Embaixada do Brasil em Portugal.Na reunião dehoje, a CPI aprovou, entre outros requerimentos, o que convoca oministro Mangabeira Unger, da Secretaria de Assuntos Estratégicos,da Presidência da República, para depor na comissãono próximo dia 28. Também houvecríticas à decisão do relator, Nelson Pellegrino(PT-BA), de apresentar o relatório final na semana que vem.Alguns parlamentares, entre eles, Raul Jungmann (PPS-PE), contestarama decisão, alegando que os trabalhos da comissão vãoaté 15 de maio. Para eles, seria bom a CPI tomar osdepoimentos de pessoas já convocadas, para que possam serincluídos no relatório.Itagiba afirmou, noentanto, que o relator pode apresentar o relatório final aqualquer momento e que a CPI ainda tem tempo hábil para ouvirtodas as pessoas cujos requerimentos de convocaçãoforam aprovados e depois emendar o relatório.