Itagiba diz que CPI não vai encaminhar questionamentos ao delegado Paulo Lacerda

15/04/2009 - 21h22

Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - AComissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Escutas Telefônicas Clandestians da Câmara dos Deputados não vai encaminhar questionamentos ao delegado PauloLacerda, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e atual adidopolicial na embaixada brasileira em Portugal. A informação foi dada hoje (15) pelo presidente da CPI,deputado Marcelo Itagiba (PMDB-RJ). O delegado encaminhou ofício à CPIpedindo para não comparecer ao depoimento e se propondo a responder asperguntas por carta rogatória.“O delegado Paulo Lacerda jáfaltou com a verdade perante a CPI. Ele teria agora a oportunidade dese retratar em tempo hábil para não ser indiciado pelo crime de falsotestemunho. Não quis aproveitar a oportunidade e não quer aquicomparecer. Nós não iremos encaminhar nenhuma soliciatação nessesentido”, disse Itagiba.Após lamentar o habeas corpus, emliminar, concedido ao delegado Paulo Lacerda para não comparecer à CPI,Marcelo Itagiba informou que a comissão vai requerer à Procuradoria daCâmara para que seja feito um recurso ao Supremo Tribunal Federal (STF)contra a concessão do habeas corpus concedido pelo ministro Marco AurélioMello. “Essa decisão me parece que contrariou de maneira geralas normas do Supremo, que normalmente concede habeas corpus no sentidode que as pessoas não sejam obrigadas a se auto-incriminar, que possamser assistidas por advogados e que elas não sejam presas”, disse opresidente da CPI dos grampos.Itagiba também anunciou que vaiapresentar requerimento à CPI no sentido de que seja encaminhado aopresidente Luiz Inácio Lula da Silva um questionário para que opresidente informe se ele tinha conhecimento das informações de que aOperação Satiagraha era uma determinação sua e também se ele deu aordem para a operação.“Eu custo a crer que o presidente tenha dadoqualquer determinação nesse sentido, mas a partir do momento em que odelegado Paulo Lacerda se recusa a prestar esclarecimentos torna-senecessário o questionamento ao presidente”.Se o requerimento for apresentado ele teráque ser aprovado pela CPI para então ser encaminhado ao presidenteLula. A proposta do questionário ao presidente recebeu apoio dedeputados da oposição que integram a CPI, mas foi contestada pelosdeputados da base governista.