Audiência pública discute situação de líderes comunitários ameaçados por milícias no Rio

14/04/2009 - 15h25

Da Agência Brasil

Rio de Janeiro - A ameaça aos líderes comunitários que trabalham em áreas comforte atuação das milícias foi discutida hoje (14) em audiência pública na Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). Participaram da reunião representantes de diversos movimentos sociais, que expuseram as dificuldades enfrentadas em assentamentos nazona oeste e na Baixada Fluminense. Este ano, 36 pessoas morreram emassentamentos no estado. Seis eram líderes comunitários.O presidente da Comissão de Defesa dosDireitos Humanos da Alerj, deputado Marcelo Freixo, considera este ano decisivo para o combate às milícias que dominam bairros inteiros em diversas cidades,já que 2010 é ano eleitoral e diversos interesses estarão em jogo.“Se não tivermos vitórias significativas e a construção de políticaspúblicas em 2009, dificilmente teremos em 2010, que é ano eleitoral, ea tendência é que os interesses eleitoreiros se sobreponham aosinteresses públicos. E, novamente, as milícias podem ser vistas como ummal menor e como um grande negócio para garantir a eleição dedeterminados projetos no poder”, disse Freixo.O delegado Cláudio Ferraz, daDelegacia de Repressão ao Crime Organizado, disse que há umdesdobramento da milícia da zona oeste para outras áreas como a BaixadaFluminense, mas afirmou que a polícia continua trabalhando paracombater esses grupos criminosos.A Comissão de Defesa dosDireitos Humanos vai acompanhar todos os inquéritos referentes àmorte de assentados e líderes de comunidades, e encaminhar asdenúncias recebidas à Delegacia de Repressão ao Crime Organizado.O deputado Marcelo Freixo informou que vai pedir uma audiência com o governador do estado, Sérgio Cabral,para apresentar o relatório da CPI das Milícias, comissão parlamentar de inquérito da Alerj que investiga a atuação desses grupos armados no estado do Rio.