Secretário de Saúde defende trabalho conjunto para combater infecção hospitalar

13/04/2009 - 21h23

Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O secretário estadual de Saúde de São Paulo, Luiz Roberto Barradas Barata, disse hoje (13) que é possível prevenir os casos de infecção hospitalar com um trabalho conjunto entre as vigilâncias sanitárias estadual e municipal e as comissões de combate a infecção dos hospitais. Um levantamento feito pelo Ministério Público do Estado de São Paulo e pelo Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp), divulgado hoje, apontou que 118 hospitais paulistas apresentam falhas no controle de infecção hospitalar.“Esse levantamento feito pelo Conselho Regional deve ser levado às vigilâncias sanitárias para que possam atuar junto a nesses 118 hospitais que apresentaram problemas para vermos o que pode ser feito”, disse o secretário. Segundo o secretário, mais um problema a ser combatido é o do despreparo dos profissionais de saúde. De acordo com Barradas, 80% dos casos de infecção hospitalar a causa é de má conduta do profissional. “É aquela enfermeira que, atendendo um paciente, não lava as mãos e vai atender de imediato outro paciente”, afirmou.O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, disse que a infecção hospitalar “é um problema no mundo inteiro” e que, no Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) adotou critérios a serem seguidos pelos hospitais, entre eles, a da obrigatoriedade da existência de uma comissão de infecção hospitalar.“O que deve ser feito é o dever de casa. Todos os hospitais devem ter comissões de infecções hospitalares estruturadas e organizadas e que realizem permanente e cotidianamente o protocolo para que se possa prevenir”, disse.Temporão e o secretário de Saúde participaram na tarde de hoje (13) da solenidade de inauguração do Centro de Ensino, Treinamento e Simulação do Hospital do Coração (HCor) e do Curso Técnico em Enfermagem, uma parceria entre o HCor e o Instituto Afrobrasileiro de Ensino Superior.O Centro de Ensino vai simular, por meio de manequins e robôs, situações emergenciais no hospital para treinamento de profissionais de saúde. “A tecnologia tem oferecido esses bonecos e robôs que estão sendo incorporados não apenas pelo Hospital do Coração, mas por várias outras instituições. Isso representa uma oportunidade de treinamento dos alunos e dos profissionais e um aprimoramento que vai melhorar o atendimento aos pacientes”, disse Adib Jatene, diretor do HCor.Já o curso de enfermagem tem o objetivo de qualificar e habilitar pessoal de nível médio e técnico para o exercício de enfermagem nos serviços públicos (Sistema Único de Saúde-SUS) e privados. Uma das disciplinas do curso, por exemplo, visa estudar a enfermagem na saúde da população negra.“A grande importância é trazer esse tema para dentro de um espaço de ponta, como é a saúde, e criar uma perspectiva de profissionalização desses profissionais negros que já estão na base, principalmente da saúde pública, mas que têm dificuldade de qualificação que permita ascenderem profissionalmente”, disse José Vicente, reitor do Instituto Afrobrasileiro de Ensino Superior.