Ferroviários do Rio entram em greve por tempo indeterminado

13/04/2009 - 1h59

Flávia Villela
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A greve dosferroviários do Rio de Janeiro, iniciada hoje (13), estavaprevista para durar 24 horas, mas agora não tem data paraterminar, segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores emEmpresas Ferroviárias da Central do Brasil, Valmir ÍndioLemos. Ele alega que não há condições desegurança para os funcionários e passageiros. Diz aindaque a concessionária Supervia, que administra os cinco ramaisde trens que passam por 11 cidades no Rio de Janeiro, recusa-se adialogar.“Queremos que aSupervia invista efetivamente no sistema ferroviário. Écomum haver trens com problemas nos freios, é comum haverproblema com sinalização. Isso está causando umaintranqüilidade muito grande para a categoria”. Segundo ele, pelo menosuma vez por semana ocorre um acidente de trem e os maquinistas sãoquase sempre responsabilizados.O presidente dosindicato acusou a empresa de demitir injustamente dez maquinistasque aderiram à greve e de ameaçar com a perda doemprego funcionários que participarem da greve. “Aindaassim, a adesão foi de quase 85%”, disse Índio.A Supervia informou queestá buscando na Justiça o fim da paralisação.Segundo o diretor de Marketing da empresa, José Carlos Leitão,dos cerca de 320 maquinistas apenas 30% aderiram àparalisação. Ele afirmou que as recentes demissõesocorreram devido a atos de indisciplina e insubordinação.Leitão garantiu que os argumentos do sindicato de que háinsegurança nos trens são infundados e que o propósitoda paralisação é exigir aumento salarial.Cerca de 250 milpessoas foram prejudicadas com a falta de trens que ligaprincipalmente a zona oeste e Baixada Fluminense ao centro da cidade.Dos cinco ramais que operam, dois estão fora de operação(Belford Roxo e Saracuruna). Os ramais de Deodoro, Santa Cruz eJaperi operavam com intervalos irregulares durante toda a manhãde hoje. A greve dos trenscomplicou as principais vias de acesso ao centro do Rio, jáque muitos tiveram que encontrar outros meios de transporte para irtrabalhar. Foi o caso de Diego Silveira, que todos os dias toma otrem na estação de Edson Passos, mas que hoje optoupela van. “O horário do trem está variando e hojepreferi acordar mais cedo e pegar uma van para chegar no serviçono horário certo”.Pela manhã, osrepresentantes do sindicato se reuniram com integrantes da AgênciaReguladora de Serviços Públicos concedidos deTransportes do Estado do Rio (Agetransp) para apresentar denúnciasde falta de segurança nos trens.Índio informouque às 18h os ferroviários farão uma assembléia,mas descartou o fim da paralisação. Amanhã, às10h, haverá uma passeata, que começará naCentral do Brasil e vai até a Assembléia Legislativa doRio de Janeiro. Na quarta-feira, o sindicato se reunirá com oBanco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)que financia projetos de melhoria nos serviços ferroviáriosdo Rio.