Conselho Empresarial da América Latina discute exportação como saída para a crise

13/04/2009 - 16h43

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Apoio à exportação, tendocomo item principal o financiamento, é a alternativa para queas empresas exportadoras brasileiras e latino-americanas superem a crise financeira internacional. Essa é a opinião dopresidente do Conselho Empresarial da América Latina (Ceal) noBrasil, Marcus Vinicius Pratini de Moraes, ex-ministro doDesenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.O Ceal realizará, no Rio de Janeiro, a primeira reunião do diretóriocentral brasileiro, da qual participarão 50 representantes de12 países. O encontro, de dois dias, começa na próximaquinta-feira (16).O objetivo, segundo Pratini, é “alinharos pontos de vista dos diferentes países que integram o Ceal com relação às medidas corretivas para reduzir oimpacto da crise financeira sobre as nossas economias. E buscartambém um discurso comum na defesa dos interesses da região”.Para ele, o setor mais prejudicado pela crise, na AméricaLatina, é o exportador. Um dos temas que estará na pauta de discussõesda reunião é como aprimorar os mecanismos definanciamento das exportações e como reduzir seus custos.Pratini lembrou o apoio dado ao setor pelo Banco Nacional deDesenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e pelo Banco doBrasil (BB), mas ressaltou que também é possívelampliar a participação dos bancos privados no processo.Esses bancos poderiam atuar, segundo o ex-ministro, em cooperaçãocom as instituições públicas que tenham a mesmafinalidade. “A forma mais eficaz de se sair de um momento deestagnação ou de redução dos negóciosé através do comércio internacional. A ampliaçãoe o desenvolvimento do comércio externo são o mecanismomais rápido para sair fora de qualquer crise econômicaporque é o que mais rapidamente gera empregos, é o quemovimenta a economia internamente e a economia dos outros paísestambém”, argumentou.Segundo Pratini, a expectativa geral é queo comércio mundial deverá cair este ano entre 8% a 10%,índice considerado altíssimo por ele. Para oBrasil, sua estimativa é de que as exportaçõesse mantenham no mesmo patamar do volume exportado no ano passado ouaté que apresentem redução em torno de 5% emfunção dos preços praticados no mercadointernacional. No caso das importações, a expectativa éde queda entre 10% a 15%.No ano passado, as exportações doBrasil somaram US$ 197,7 bilhões, um incremento de 23,2% emcomparação ao ano anterior. Ao analisar os resultadosdos últimos meses de 2008 e os resultados do primeirotrimestre de 2009, Pratini destacou que se registra uma queda muitogrande nas importações e uma retraçãomenor nas exportações.O saldo comercial do Brasil só continua“favorável', segundo o ex-ministro, porque dois terçosdas exportações brasileiras são constituídosde matérias-primas (commodities). “O mundo precisa delas,sobretudo na área do agronegócio”, disse. O superávitcomercial brasileiro no ano passado foi de US$ 3,012 bilhões.