PSDB quer explicações do ministro da Fazenda sobre demissão de presidente do BB

08/04/2009 - 18h11

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O PSDB apresentará na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE), na próxima semana, um convite para que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, explique os motivos da demissão do presidente do Banco do Brasil (BB), Antonio Francisco de Lima Neto. O presidente do partido, Sérgio Guerra (PE), considera que há “episódios duvidosos” na gestão de Lima Neto que necessitam de explicações.“Operações importantes foram feitas no Banco do Brasil, há muitos comentários e muita coisa a ser esclarecida sobre essas operações e é por aí que nós devemos desenvolver um trabalho para esclarecer à sociedade, aos acionistas dos bancos, sobre os fatos reais que motivaram esse afastamento”, afirmou.  Entre os “episódios duvidosos” a oposição quer esclarecimentos sobre a aquisição, pelo Banco do Brasil, de parte do Banco Votorantim. Com a edição da Medida Provisória 443, que permitiu aos bancos oficiais adquirirem instituições financeiras, o BB comprou por R$ 3 bilhões 49,99% das ações ordinárias do Banco Votorantim.O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), qualificou a atitude do PSDB como “uma especulação da oposição”. Para ele, a demissão de Lima Neto não tem nada a ver com qualquer operação realizada pela instituição. Com o mesmo discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro Guido Mantega, o líder do governo defende que os bancos oficiais atuem de forma mais incisiva na concessão de crédito para forçar as instituições financeiras privadas a reduzirem as taxas de juros.“O Banco do Brasil é uma locomotiva financeira. O governo federal está numa cruzada para colocar o país nos trilhos e tem que ter crédito compatível com a realidade do risco brasileiro”, disse Romero Jucá.Já o senador Delcídio Amaral (PT-MS) considera que o presidente Lula acertou no mérito, que é o de usar o Banco do Brasil como um instrumento para baixar o spread. Mas, o parlamentar alerta para a necessidade da instituição atuar com o objetivo de dar resultados.“O Banco do Brasil tem que apresentar rendimentos compatíveis com o que os acionistas esperam dele. Na minha percepção não vai se mudar o rumo [da política] que o banco até então adotou ao longo do governo Lula”, disse Delcídio Amaral.O parlamentar elogiou a estratégia utilizada pela direção do Banco do Brasil de expandir suas atividades a partir de operações de compras de bancos. Ele acrescentou que a instituição financeira não deve alterar sua forma de agir.