Centrais sindicais descartam propostas de flexibilização apresentadas pelo governo

08/04/2009 - 18h22

Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Depois de reuniãocom o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e quatro ministros,representantes de seis centrais sindicais descartaram as propostas dogoverno divulgadas hoje (8) pela imprensa, que prevêemflexibilizações, como a redução dajornada de trabalho sem corte de salários e a reduçãode encargos trabalhistas para empregadores que não demitiremem tempos de crise, além de menor recolhimento menor do Fundode Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). “Todas essadiscussão que foi fruto de uma proposta ou discussãolevantada pelo Ministério da Fazenda foi colocada de lado nareunião de hoje. O que queremos é discutir medidas comoredução da taxa de juros e medidas pontuais para ossetores mais impactados pela crise”, disse o presidente da CentralÚnica dos Trabalhadores (CUT), Arthur Henrique Silva. Opresidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, oPaulinho, chamou as propostas de “fantasma da Semana Santa” edisse que a adoção delas significaria admitir uma crisegeneralizada. Segundo Paulinho, as propostas foram descartadas. “Issosignificaria que o governo está admitindo que é umacrise generalizada e que teria que mexer com direito do trabalhadorpara superar a crise. O presidente entendeu que é um erro. Háuma crise setorizada e, para cada setor, o remédio édiferente”. Segundo o presidente a Central Geral dosTrabalhadores do Brasil (CGTB), Antônio Fernandes Neto, essenão é o momento de promover mudanças nosdireitos dos trabalhadores. “No momento, precisamos fortalecer omercado interno, e isso não acontece tirando direitos dostrabalhadores”. O ministro do Trabalho, Carlos Lupi,afirmou, após a reunião, que nenhuma proposta dogoverno será posta em prática antes de estar acertadacom as centrais sindicais. Além de Lupi, participaramda reunião os ministros do Desenvolvimento, Indústria eComércio Exterior, Miguel Jorge, Dilma Rousseff, chefe da CasaCivil, e Luiz Dulci, secretário-geral da Presidência daRepública.