Ação na Febraban para reduzir spread bancário seria mais eficaz do que mudança no BB

08/04/2009 - 15h53

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Para o economista Ricardo Araújo, da Fundação Getulio Vargas,  teria sido mais eficaz  um movimento orquestrado pelo governo na Federação Brasileira de Bancos (Febraban) para baixar os spreads bancários  do  que o afastamento do presidente do Banco do Brasil, Antonio Francisco de Lima Neto. Ressaltou, porém, que a vontade política do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de querer reduzir o spread é excelente, “porque esse é o maior câncer da economia brasileira". O problema da economia não é a taxa de juros. É o spread bancário muito elevado”. O spread é a diferença entre os juros pagos pelos bancos na captação de recursos e a taxa aplicada por eles nos empréstimos concedidos.A demissão de Lima Neto, segundo frisou Araújo, “é um recado para o mercado. É uma decisão política”. O economista não acredita, contudo, que a medida surtirá o efeito desejado de diminuição do spread em todos os bancos. Mas, pode ter um reflexo positivo, sobretudo em relação aos bancos públicos.A redução dos spreads vai acarretar diminuição das receitas dos bancos, se não  houver um aumento no volume de captação.O risco de inadimplência é a principal justificativa dada pelos bancos para praticarem ‘spreads’ elevados no Brasil, que são considerados os maiores do mundo e cerca de 11 vezes superiores aos dos países desenvolvidos.Existe também uma cunha fiscal  nesses empréstimos. Se o Banco do Brasil reduzir o seu spread, os outros bancos vão ser obrigados a reduzir também, informou o economista.