Empresas brasileiras avançaram na questão da sustentabilidade, diz especialista

07/04/2009 - 19h00

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Asempresas brasileiras têm uma postura avançada em relaçãoà questão da sustentabilidade do planeta, em comparaçãoa de outros países em desenvolvimento, disse hoje (7) àAgência Brasil o presidente da AssociaçãoBrasileira das Empresas do Mercado de Carbono (Abemc), FlávioGazani.O projeto denominado CarbonDisclosure Project (CDP), criado na Inglaterra, reúne745 grandes investidores internacionais, como bancos e fundos depensão, que somam US$ 55 trilhões em ativos. O CDP éa principal iniciativa internacional do setor financeiro que atuacomo interface entre os temas das mudanças climáticas eda sustentabilidade das empresas.Flávio Gazani revelou que oCDP solicita às empresas que se inscrevam no projeto edivulguem suas emissões, bem como as ações queestão tomando com o objetivo de reduzi-las. “E o Brasil éo segundo país que teve a maior adesão. Tem mais de 60empresas inscritas. Fica atrás somente da Inglaterra, quesedia o projeto e é um país desenvolvido”.Há necessidade, entretanto, deque haja uma maior conscientização por parte dasempresas brasileiras quanto à necessidade de reduçãodas emissões de gases poluentes, levando em conta o tamanho domercado nacional. “Há muito que se evoluir em termos deconscientização  em relação àquestão da sustentabilidade e, especificamente, em relaçãoàs mudanças climáticas”, indicou.As companhias inscritas no CDPassumem o compromisso de medir suas emissões e divulgar asiniciativas de combate. “Os investidores que participam do projetocomeçam a enxergar essa questão como uma questãode risco, um custo”. Se há riscos regulatóriosprementes, isso aumenta o risco do investimento em capital que essesinvestidores estão fazendo, observou. A transparência é,então, o principal objetivo do CDP, além da atuaçãosócio-ambiental responsável. Os dois fatores tendem aser levados em conta, inclusive como gerenciamento de risco, disseGazani.Ele admitiu que se as empresasinscritas no CDP tiverem a iniciativa de implementar projetos deredução de emissões de gases causadores doefeito estufa, o número de projetos aumentará no país,do mesmo modo que a participação do paíscrescerá nesse mercado. Levantamento realizado pela Abemcmostra que o setor do agronegócio brasileiro é odestaque nos projetos de MDL no país. “Cerca de 45% dosprojetos no Brasil são do setor do agronegócio”.Gazani citou entre eles os projetos de co-geração deenergia em usinas de açúcar e álcool e deredução de metano em granjas de suínos, bovinose aves. Em contrapartida, 25% das emissões de gases de efeitoestufa no país também advêm desse setor, queapresenta grandes oportunidades a serem aproveitadas.