Economista da CNI avalia que 2009 pode ser um ano desastroso para a indústria

07/04/2009 - 15h34

Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O primeiro trimestre doano para o setor industrial terá retração e nahipótese de manutenção da situaçãoatual de queda na atividade do setor até o final do ano podehaver um “desastre”, na avaliação doeconomista-chefe da Confederação Nacional da Indústria(CNI), Flávio Castelo Branco.Entretanto, oeconomista considera maior a probabilidade de retomada da atividadeindustrial no segundo semestre do ano, com movimentos de oscilação,com crescimentos positivos e negativos nos primeiros seis meses doano.Segundo o economista, aindústria continua “sentido fortemente” os efeitos dacrise financeira internacional, com redução do comércioexterior e dos financiamentos.De acordo com oscálculos da CNI, para que a indústria consiga ter umresultado estável no faturamento deste ano, ou seja, 0% decrescimento em relação a 2008, será necessáriocrescer 9,3% na média de março a dezembro deste ano.Para igualar com o crescimento do ano passado, terá quecrescer esse percentual mais os 5,7% registrados no ano passado.Segundo os dados daCNI, o faturamento da indústria cresceu apenas 0,7% emfevereiro na comparação com o mês anterior,quando são descontados os efeitos de sazonalidade(características específicas de um período) e decalendário. Em relação a fevereiro de 2008, asvendas tiveram retração de 10%.Na comparaçãoentre o primeiro bimestre deste ano com o de 2008, a queda foi de10,9%. Os setores mais afetados foram metalurgia básica (-42,6%), produtos de madeira (- 23,7), artigos de borracha e plástico(- 22%), produtos químicos (- 20,7%), máquinas eequipamentos (- 20,6%). Do total de segmentos,quatro registraram aumento no faturamento, com destaque para o setoroutros equipamentos de transportes (56,1%), responsável pelaprodução de, por exemplo, navios e helicópteros.O motivo para este aumento é que os efeitos da queda nademanda desse segmento não é imediato, uma vez que otrabalho é feito por encomenda. Os outros setores que tiveramaumento foram: confecção de vestuários eacessórios (8,4%), couros e calçados (0,4%), refino eálcool (0,2%).O emprego na indústriatambém mostra recuo. Fevereiro foi o quarto mês seguidode queda no emprego. Em fevereiro, a queda foi de 1,2% na comparaçãocom janeiro deste ano e de 1,1% se comparado com o mesmo mês de2008. Segundo o economista, os setores mais atingidos foram os quedependem mais de crédito. Segundo os dados, dois segmentosregistram queda de dois dígitos no emprego: madeira (- 17,4%)e materiais eletrônicos e equipamentos de comunicação( - 10,8%). Os setores com maiores altas no emprego foram mineraisnão-metálicos (4,5%) e alimentos e bebidas (3,8%).