Governo economiza R$ 370 milhões com sistemas operacionais de computador

05/04/2009 - 19h01

Gilberto Costa
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Nosúltimos 12 meses, o país economizou R$ 370 milhõescom o uso de sistemas operacionais, navegadores da internet,correios eletrônicos e softwares livres com diversasfinalidades. O cálculo é do Serviço Federalde Processamento de Dados (Serpro), vinculado ao Ministério daFazenda.O valor equivale ao dobro dos investimentos feitos no desenvolvimentodos programas da declaração do Imposto de Renda PessoaFísica e de consulta ao Sistema Integrado de AdministraçãoFinanceira (Siafi), ou cerca de um quarto do orçamento anualdo Serpro, considerado o maior serviço de processamento dedados da América Latina.De acordo com o presidente doSerpro, Marcus Vinicius Ferreira Mazoni, os efeitos vão alémdessa cifra e o valor economizado é ainda maior, se foremconsiderados o dinheiro que deixou de ser gasto com a manutençãode programas fornecidos, os totais poupados com o uso de programasfeitos sob medida e a dispensa de aquisição de licençaspara novas redes.“A economia representa a viabilizaçãode projetos que não seriam possíveis”, diz Mazoni,citando a instalação e funcionamento de mais de 5 miltelecentros em todo o país. Segundo ele, em cada unidadedessas seria necessário adquirir licenças particularespara cada editor de texto, por exemplo. Na avaliaçãodo presidente do Serpro, os valores economizados vão crescernos próximos anos. Atualmente todos os órgãos dogoverno federal têm alguma experiência com softwarelivre, mas apenas 40% tem todo o seu funcionamento até ousuário final baseado nesses programas.“Isso éexponencial”, projeta Marcus Vinicius Mazoni. “Conforme vãosendo verificados os resultados positivos da tecnologia livre, o usoaumenta fortemente”, afirma o presidente do Serpro. Segundo ele, atecnologia, além de mais barata, é superior por suaadaptabilidade.“Quem já viveu a experiencia de terque trocar a máquina por conta da mudança desoftware?”, pergunta. “No mundo do software livre,podemos fazer essa opção. Podemos continuar melhorando,mas conhecendo o tamanho da máquina, fazendo com o novoprograma fique do seu tamanho”, garante.Além daeconomia de gastos e da plasticidade dos softwares livres,Mazoni assinala que o país se beneficia com o uso de sistemasque sobre os quais tem total controle do desenvolvimento de códigos.De acordo com ele, o governo não depende de fornecedoresprivados (geralmente multinacionais) para suas múltiplasplataformas eletrônicas.No próximo dia 15, oSerpro tornará acessível para órgãospúblicos, empresas e usuários particulares uma novaplataforma de desenvolvimento de programas chamada “Demoiselle”(do francês senhorita), em homenagem a Santos Dumont, que, em1907, deixou livre a patente do avião homônimo queprojetou.

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