Artesãs da Baixada Fluminense concorrem a prêmio nacional de empreendedorismo

05/04/2009 - 17h07

Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Artesãs do município de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, que utilizam a folha da bananeira como matéria-prima para confeccionar bolsas, sacolas, almofadas e jogos americanos, vão concorrer, terça-feira (7), à quinta edição do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios. Também disputam as duas viagens internacionais para conhecer um centro empreendedor de referência outros 19 empreendimentos de diversas partes do país.  A cooperativa de Nova Iguaçu venceu a etapa regional ao lado de um empreendimento gastronômico de Bom Jesus do Itabapoana, município da região noroeste do Rio de Janeiro. Há dois anos, ela reúne mulheres entre 18 e 55 anos que encontraram na atividade artesanal uma forma de ampliar a renda de suas famílias. Para a presidente do grupo Trama e Raiz, Sandra de Oliveira, chegar “tão longe” pode abrir novas perspectivas de negócios.  “Estar entre as finalistas pode ajudar a divulgar nosso trabalho em todo o país, mostrando que temos credibilidade no mercado e que nossos produtos têm qualidade garantida”, destacou ela, que comemora a produção média de 500 peças por mês. O prêmio Sebrae Mulher de Negócios, criado em 2004, é uma parceria entre o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres e a Federação das Associações de Mulheres de Negócios. Todas as 20 finalistas terão suas histórias contadas no livro Histórias de Sucesso - Experiências Empreendedoras, que será lançado no ano que vem. Dez concorrentes também serão contempladas com a participação em um evento nacional de capacitação em empreendedorismo. De acordo com a gestora estadual do Prêmio, Renata Macedo, dar destaque nacional a iniciativas bem-sucedidas é importante para incentivar outras mulheres que têm o sonho de abrir um negócio próprio. “Essa visibilidade encoraja outras mulheres a estarem à frente de seus negócios. São histórias de superação que mostram que é possível fazer quando se tem o conhecimento de como tocar um empreendimento”, afirmou Renata. Para a gestora de projetos da área do Trabalho da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, Eunice de Moraes, iniciativas como essa têm se tornado cada vez mais comuns no país e ajudado mulheres a vencer preconceitos de gênero, conquistando autonomia financeira."Apesar de o Brasil ter avançado bastante nessa área, ainda há muita desigualdade entre homens e mulheres no mercado de trabalho, tanto nos cargos quanto nas remunerações. E o empreendedorismo representa uma importante via para a mulher conquistar valorização como pessoa e profissional. Em muitos casos é até uma saída para situações em que ela é vítima de violência familiar”, destacou. Eunice de Moraes informou ainda que a secretaria desenvolve outros projetos ligados ao tema, como o Programa Trabalho e Empreendedorismo da Mulher, em parceria com estados e municípios. A iniciativa, que promove cursos de capacitação profissional, foi implantada há dois anos no Rio de Janeiro, onde já formou 1.200 mulheres. Hoje, está sendo desenvolvida também em Santa Catarina e no Distrito Federal e até julho deverá ser estendida aos estados de Pernambuco e do Pará.