Telefonia móvel avança no setor de tecnologia da informação

03/04/2009 - 11h02

Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - As inovações tecnológicas nos aparelhos de telefone celular como câmeras digitais e rádio têm contribuído para mudanças no perfil dos serviços de telecomunicações no país. É que cada vez mais, os telefones móveis ocupam o lugar dos fixos.Essa mudança não é uma novidade para o consumidor, mas, pela primeira vez, consta de uma pesquisa. As informações estão no estudo O Setor de Tecnologia da Informação e Comunicação no Brasil, divulgado hoje (3) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).Embora a participação dos serviços de telecomunicações por fio seja predominante na composição da receita do segmento, o estudo mostra que entre 2003 e 2006 a participação caiu de 60,3% para 50,7%, enquanto a dos serviços sem fio avançou de 34,1% para 43,2%. A oferta de produtos mais modernos, com várias funções, contribuiu para a mudança. “Os ganhos da telefonia celular são decorrentes da oferta de produtos e serviços mais sofisticados em termos tecnológicos, com destaque para os aparelhos com câmeras, MP3 e acesso à internet. Essas ferramentas acompanham a tendência de fornecer serviços diversificados em um único aparelho, um facilitador para os usuários”, diz o documento da pesquisa.O estudo destaca também que, desde 2003, o ramo mais lucrativo das telecomunicações foi o de ligações de fixo para fixo, que lideram a composição da atividade. Nesse segemnto, as chamadas interurbanas foram as mais lucrativas, correspondendo a 43,4% da receita das empresas. Por outro lado, houve uma mudança no serviço de telefonia. Muitos usuários deixaram de fazer ligações internacionais a partir do telefone fixo. Com isso, a participação desse serviço na receita das teles caiu de 8,9% para 5,1%, entre 2003 e 2006. No período, também chama atenção o aumento das chamadas feitas de telefones públicos.De acordo com o pesquisador do IBGE Roberto Saldanha, a perda nas chamadas internacionais pode decorrer da preferência dos usuários por serviços gratuitos de comunicação pela internet, como o Skype. Em relação às chamadas de orelhão, ele lembrou que um decreto do governo federal determina a ampliação do serviço.“Com o programa de universalização da telefonia, as empresas foram obrigadas a instalar telefone naqueles municípios pequenos, regiões remotas, que não eram considerados o filé mignon da coisa”, disse Saldanha. No período estudado, os serviços de internet respondiam por uma pequena parcela da receita das teles (2%) e a participação dos serviços por satélite era de 1,5%. Segundo o texto, o fornecimento de conexão para internet por telefonia fixa se destacava “como um setor em expansão”, com aumento dos ganhos de participação de 2,9% para 5,6%, nos quatro anos. As atividades telecomunicações estão entre as mais importantes no setor de tecnologias da informação e comunicação, respondendo por 43,1% da receita líquida. Elas detêm alto valor agregado, devido à complexidade da tecnologia empregada, que requer alta qualificação.