Resultado do G20 foi bom, diz economista da Associação Comercial de São Paulo

03/04/2009 - 17h37

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Oresultado do encontro do G20, grupo das 20 maiores economias domundo, foi considerado “bom” pelo economista Marcel Solimeo, daAssociação Comercial de São Paulo.

Paraele, o principal fator positivo foi “o empenho dos governos emseguir na mesma direção, embora existam divergênciasem determinados aspectos, no sentido de reforçar a capacidadede o FMI [Fundo Monetário Internacional] ajudar ospaíses mais afetados pela crise [financeira internacional] ase desenvolverem”.Ele ressaltou que parte dos recursos anunciados(US$ 1,1 trilhão) já estava em andamento e, com oconsenso sobre a viabilidade, resgata-se a confiança deempreendedores que adiaram metas de investimentos. A injeçãode mais dinheiro na economia vai aliviar, por exemplo, a situaçãode países que têm carência de crédito parafinanciar as exportações, estimulando o fluxo nomercado internacional, disse o economista. Solimeo classificou de “mais um arroubo” adeclaração do presidente Luiz Inácio Lula daSilva de que o Brasil poderia emprestar dinheiro ao FMI, lembrandoque o próprio ministro da Fazenda, Guido Mantega, jáhavia dito que qualquer aporte só ocorreria com o usodas reservas cambiais do país. De acordo com Solimeo, outro fato relevante foi apredisposição dos dirigentes do G20 de combater oprotecionismo e retomar as discussões no âmbito daRodada Doha, o que, se for concretizado, contribuirá para aretomada do crescimento econômico, com o aumento do comércioexterior. Ele advertiu, no entanto, que, por enquanto, taisposições não passam de declaraçõesexpansionistas, embora sejam importantes. “Vamos aguardar aaplicação dessas medidas na prática.”Ao comentar o tema central do encontro –regulação do mercado financeiro – ele disse que é pouco provável haver equalização de regras.Solimeo destacou a posição conservadora do Brasil, que faz rígida supervisão das instituições e segue os princípios do Acordo de Basiléia. Tanto éassim que o país não foi tão afetado quantoos outros pela crise de liquidez internacional, que se tornou maisaguda em setembro do ano passado, justificou Solimeo.O economista criticou a rigidez da políticamonetária brasileira, afirmando que ainda há espaçopara novas reduções da taxa básica de juros(Selic) e mesmo do volume de dinheiro que os bancos sãoobrigados a depositar no Banco Central. Ele manifestou-se tambémfavorável à desoneração tributáriasobre as operações financeiras.