Ministro prevê aumento de 10% na produção de trigo neste ano

03/04/2009 - 14h15

Danilo Macedo*
Enviado especial
Cascavel - O ministro daAgricultura, Reinhold Stephanes, acredita que a produçãobrasileira de trigo cresça 10% este ano, podendo suprir60% da demanda interna. No lançamento oficial do plantio detrigo no Paraná, maior produtor nacional do cereal, eleressaltou o estímulo dado pelo governo federal ao cultivovariedade de melhor qualidade do produto.“O preçomínimo já foi estabelecido e, inclusive, introduzimosuma inovação, que é estabelecer um valor maiorpara o trigo de melhor qualidade, ou seja, estamos induzindo a seproduzir um trigo melhor”, afirmou.O Conselho MonetárioNacional (CMN) decidiu, no dia 26 de março, reajustar de formadistinta o trigo melhorador, considerado de melhor qualidade, usadona fabricação de pães, e o brando, de qualidadeinferior. O preço mínimo dos dois tipos, que era de R$480 a tonelada, subiram, respectivamente, 15,63% e 10,42%, passandopara R$ 530 e R$ 555 a tonelada.Na última safra,o país produziu 6 milhões de toneladas de trigo, anteum consumo interno de 10,86 milhões de toneladas. O estado doParaná é responsável por 53% da produçãonacional. Segundo o secretáriode Agricultura do estado, Valter Bianchinni, o governo estadual, emparceria com o Banco do Brasil, garante que não faltarárecursos para os triticultores e a espectativa é de aumento de5% na área plantada.“Se o clima ajudar, oParaná terá uma safra tão boa quanto à doano passado, de 3,2 milhões de toneladas, ou até umpouco mais, 3,5 milhões de toneladas, em funçãodo crescimento de área”, afirmou Bianchinni, àAgência Brasil. Ele informou que, como no Paranápredomina o cultivo de trigo melhorador, a diferenciaçãodos reajustes dos preços mínimos beneficia osprodutores paranaenses.Em 2007, a colheita detrigo foi de 4,1 milhões de toneladas. Apesar de baixa, játinha tido um grande crescimento em relação ao anoanterior, quando foi de 2,3 milhões de toneladas. Anecessidade brasileira de produzir mais trigo aumentou principalmentedepois que a Argentina, principal fornecedora do produto, sofreuforte redução em sua produção. Por isso,o governo argentino adotou medidas para frear as exportaçõese garantir o abastecimento interno.Mesmo com o aumento daprodução brasileira, o país deve ter queimportar mais de 4 milhões de toneladas este ano, volume quenão será totalmente suprido pela Argentina, que deveexportar, ao todo, 3,4 milhões de toneladas, sendoaproximadamente 2 milhões para o Brasil. Com isso, os moinhosjá reivindicam que o governo reduza a Tarifa Externa Comum(TEC), que é de 10% para os países de fora do Mercosul.De acordo com Stephanes,isso deve ser feito no momento e quantidade certos para que o trigoimportado não cause redução do preço pagoaos triticultores brasileiros. Para isso, a TEC deve ser liberadasomente quando os estoques estiverem próximos de acabar e numvolume que abasteça o mercado até não muito alémda próxima colheita.“Eu não aceitoque seja discutida a redução dessa tarifa no Ministériodo Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterio”,afirmou o ministro em seu discurso.