Mercado brasileiro de capitais fica animado com a reunião do G20, diz especialista

03/04/2009 - 16h06

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A repercussão das decisões tomadas pelo G20 sobre o mercado financeiro brasileiro é a melhor possível, disse hoje (3) o presidente da Associação dos Analistas e Profissionaisde Investimento do Mercado de Capitais do Rio de Janeiro (Apimec/RJ),Luiz Guilherme Ferreira Dias. “Não viu como a Bolsa [de Valores] subiu ontem?”, indagou. A Bovespa fechou o pregão com alta de 4,19%, retornando ao patamar de outubro do ano passado.Dias afirmou que  todas as notícias referentes à  reunião dos líderes do G20 são vistas de forma positiva. “Porque, na medida em que o Brasil começa a fazer parte de um grupo de decisões multilaterais, isso só pode ter repercussão positiva, favorável”. Ele lembrou que o próprio presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, elogiou o presidente do Brasil,  dizendo  que Lula “é o cara, é o político mais popular da Terra".Também a questão da quebra de sigilo nos paraísos fiscais teve um efeito positivo no mercado, avaliou o presidente da Apimec/RJ. Ele destacou ainda que, embora a reunião do G20 traga uma perspectiva de melhora para o mercado de capitais do Brasil, “é prematuro  fazer qualquer tipo de afirmação sobre uma recuperação do setor. "Prefiro esperar os resultados do primeiro semestre do ano”.De acordo com ele, o fato é que as medidas são um sinalizador importante. No entanto, assinalou, é preciso aguardar as novas medidas e fatos relevantes que vão surgir. “Hoje vivemos  em um mundo de grande imprevisibilidade. Se nós tivermos movimentos  semelhantes a esse, que tragam esperança à comunidade financeira internacional, e que também sinalizem medidas necessárias, certamente vamos continuar aumentando  a nossa confiança”.

O certo, destacou, é que o investidor está voltando à Bolsa de Valores. “O investidor está, aos pouquinhos, voltando à Bolsa, que ainda está com poucos fundamentos. De qualquer forma, estamos observando nas duas últimas semanas um movimento de alta”. No curto prazo, os negócios em Bolsa  ainda apresentam um certo grau de volatilidade.  Por isso, Dias recomenda que os fatos sejam analisados a cada dia, a cada semana.