Homens querem mais qualidade de vida com o fim do machismo

03/04/2009 - 20h09

Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Os homens estão se conscientizando da importância do combate ao machismo. É que além de problemas sérios para a vida das mulheres como a questão da violência, que precisa ser enfrentada, a prática afeta a qualidade de vida deles e faz com que deixem de participar do convívio familiar, de consultar um médico e de ter uma vida mais feliz.São algumas das conclusões conclusões do Simpósio Global Engajando Homens e Meninos pela Igualdade de Gênero, que terminou hoje (3), no Rio de Janeiro. O evento reuniu ativistas, gestores públicos e a iniciativa privada, com representações de 75 países.De acordo com o coordenador executivo do Instituto Papai, Ricardo Castro, um dos organizadores do evento, os homens amargam altas taxas de mortalidade. Segundo ele, por questões culturais, principalmente, o público masculino está mais propenso a participar de guerras, gangues e de se envolver com drogas, por exemplo. “Não é à toa que os homens morrem mais, bebem mais, fumam mais, comem mais comida gordurosa e estão menos nos serviços de saúde. No final das contas, isso faz com que vivam menos ou tenham uma vida de menor qualidade”, afirmou. Para o co-diretor do Instituto Promundo, Marcos Nascimento, o machismo também é o principal entrave à promoção da eqüidade de gênero no ambiente doméstico. O ativista avaliou que as mulheres têm alcançado mais espaço no mercado de trabalho e em universidades, porém, mais avanços só serão possíveis com a participação dos homens.“O engajamento dos homens significa maior participação no cuidado com filhos, com a casa, no que se refere às questões de sexualidade, de saúde reprodutiva como a negociação do preservativo e de não ter um comportamento violento em relação às mulheres e às crianças”, disse. “Temos uma tradição do movimento feminista, uma série de conquistas, mas a gente só avança mais se incluirmos os homens", completou  Marcos Nascimento.Para buscar a igualdade, os participantes do evento elaboraram um documento (A Carta do Rio) com uma série de ações que podem ser desenvolvidas individualmente, pelos governos, pela iniciativa privada e por organizações não-governamentais.