Delegado Protógenes Queiroz é personagem central de comício do P-SOL no Rio de Janeiro

02/04/2009 - 23h33

Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O delegado da Polícia Federal ProtógenesQueiroz foi o principal personagem do comício organizado peloP-SOL hoje (2) na Cinelândia, no centro do Rio do Rio deJaneiro. O delegado coordenou a Operação Satiagraha, que prendeu entre outras pessoas o banqueiro Daniel Dantas, está sendo investigado pela PF por irregularidades cometidas durante a operação e foi convocado para depor na CPI dos grampos da Câmara dos Deputados.Militantes com camisetas amarelas, a cor dopartido, traziam o nome de Protógenes estampado no peito. Osprincipais líderes do P-SOL participaram do comício,como a ex-senadora e atual vereadora em Maceió (AL) HeloísaHelena, presidente nacional da legenda.Questionado pelos jornalistas se poderia saircandidato nas próximas eleições, Protógenesdisse apenas que continuava delegado. “Sou delegado de políciaem exercício, vim apenas participar. Há um clamorpúblico pela possível candidatura, mas no momentopermaneço delegado”, disse.Em seu discurso, o delegado destacou o seutrabalho de policial no combate à corrupção.“Estamos aqui para externar nossa indignação erespeito pelo Brasil, mas tem gente que não respeita o paísonde nasceu. Eu amo o meu país e é dever meu, comoservidor público federal, desempenhar o meu papel de delegadofederal contra a corrupção. Pretendo seguir delegadoenquanto o povo desejar”, afirmou sob o aplauso dos militantes. A presidente do P-SOL evitou falar diretamentesobre a filiação de Protógenes ao partido. “Como presidente nacional do P-SOL, os assuntos sobre filiação,candidaturas, militância política, ainda estãosendo discutidos com toda a serenidade que o tema existe. Eu ficomuito feliz com a existência do delegado Protógenes”,disse. Parte das pessoas que lotavam o trecho em frente àCâmara dos Vereadores foi trazida em pelo menos quatro ônibus.Elas vieram de comunidades pobres da zona oeste da cidade, comdireito a transporte gratuito e quentinhas. “Só deram aquentinha e pagaram o ônibus, de ida e volta”, disseAdalberto Frazão, que negou ser militante do partido: “sóviemos para ajudar mesmo”.O custo foi pago pelo Sindicato dos Trabalhadoresem Saúde, Trabalho e Previdência Social no Rio deJaneiro (Sindsprev), segundo a militante Cláudia DuarteAdriano, que disse ser ligada ao sindicato. Ela confirmou que foramtrazidas cerca de 300 pessoas, vindas de lugares como Nova Sepetiba eSanta Cruz, e que entre os objetivos estava o de denunciar o abandonodessas regiões, extremamente carentes de infra-estrutura.“Nós viemos apoiar e cobrar dosparlamentares as promessas de campanha que eles fizeram. A iluminaçãoda comunidade é precária, falta transporte e creches”,disse Marcelo Santos Dias, presidente da Associação dosMoradores de Nova Sepetiba.A organização do ato coube aopresidente da Fundação Lauro Campos, do P-SOL, JéfersonMoura, que negou ter trazido claque para a praça. “Nãoé nossa prática e não é nossa política.O P-SOL tem militância organizada, o P-SOL não temclaque”, afirmou.Protógenes desceu do carro de som sem falarcom a imprensa e foi logo cercado por seguranças, que ocolocaram dentro de um carro. No próximo dia 8, ele vai deporna CPI dos grampos, da Câmara dos Deputados.