Vendas da indústria fluminense têm a maior queda da série histórica em fevereiro

02/04/2009 - 18h39

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - As vendas da indústria fluminense  tiveram, em fevereiro, a maior queda  da série histórica iniciada em 2003, atingindo um resultado negativo de 15,6% em relação ao mesmo mês do ano passado. Também na comparação com janeiro deste ano, a retração foi de 2,3%, após realizado o ajuste sazonal. Os números foram divulgados hoje (2) pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). Dos 16 setores pesquisados, 12 mostraram queda nas vendas reais em fevereiro.

O chefe da Divisão de Estudos Econômicos da entidade, Patrick Carvalho, disse à Agência Brasil que o desempenho das vendas industriais decorreu da redução do nível de atividade como consequência da crise econômica mundial, “que acaba afetando a demanda por encomendas industriais e, por sua vez, afeta a produção e o mercado de trabalho”.

As horas trabalhadas na produção caíram 1,9% em fevereiro na comparação com janeiro e 7,3% em relação a fevereiro de 2008. O pessoal ocupado também sofreu os efeitos da redução da atividade, com queda de 0,2% em relação ao mês anterior. O resultado representou a perda de 745 postos de trabalho. Já em comparação a fevereiro do ano passado, o indicador revelou aumento das contratações de 1,29%.

O economista da Firjan  afirmou que há uma perspectiva de menor produção na indústria fluminense por causa da crise internacional, “pelo menos no primeiro semestre de 2009”. O primeiro trimestre deverá apresentar uma redução significativa da produção. Para Patrick Carvalho, o que vai acontecer nos 3º e 4º trimestres vai depender de uma série de políticas  internas e globais.

“No plano doméstico, a continuidade da redução das taxas de juros e a liberação de crédito por meio do mercado bancário  podem aliviar os efeitos da crise”, disse. Mas, segundo ele, a intensidade dos efeitos da crise e o tempo de recuperação vão depender de como as medidas serão tomadas e com que rapidez.

Os setores que apresentaram maior retração nas vendas reais em fevereiro foram os de material eletrônico e comunicação (-26,94%), máquinas e equipamentos (-18,15%), máquinas, aparelhos e material elétrico (-16,52%), minerais não-metálicos (-13,65%), edição e impressão (-13,63%), equipamentos de transporte (-13,45%) e refino, combustível nuclear e álcool (- 13,13%).