Políticas sociais de países em desenvolvimento têm que ter continuidade, aponta ONG

02/04/2009 - 18h14

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - As políticas sociais que vêm sendoimplementadas pelos países em desenvolvimento não podemsofrer descontinuidade, adverte o relatório da organizaçãonão-governamental ActionAid, divulgado hoje (2) em Londres, durante a reunião dos chefes de governo e de Estado que fazem parte do G20, grupo éintegrado pelas maiores economias e países emergentes, entre os quais o Brasil. Na opinião do coordenador do Programa de SegurançaAlimentar da ONG, Celso Marcatto, o Brasil está no bomcaminho, em termos de políticas sociais. Segundo ele, programascomo o Bolsa Família, o Programa de Aquisição deAlimentos, o Programa Nacional de Fortalecimento da AgriculturaFamiliar (Pronaf), enfim, todos os programas que visam a acabar com fome e a pobreza extrema estão, efetivamente, contribuindo para melhorar a situaçãoda pobreza no Brasil. "Os dados estão mostrando isso”, afirmou. No Nordeste, onde a ONG atua diretamente nocombate à fome, Marcatto afirmou que é visívela melhoria da situação das famílias e dascrianças dentro das escolas, nos últimos anos. Eledestacou, entretanto, que é necessário muito maisinvestimento para eliminar os efeitos de “muitas décadas denão investimento”. Para romper essa barreira ediminuir a distância entre ricos e pobres, “nós vamos precisar de muito mais”. Marcatto sugere que as políticas sociaisem vigor sejam mantidas e ampliadas e que haja um grande investimento público. Segundo Marcatto, o governo “patina, às vezes”, em áreascomo a reforma agrária. Ele aavalia que, sem resolver oproblema da concentração da terra no campo, “nósnão vamos muito longe”. Para o coordenador da Action Aid, o governodeve investir mais na educação e na saúde. “Nóstemos que avançar nessas áreas.”A ActionAid estápresente em mais de 40 países há 35 anos. Seu trabalho é direcionado à melhoria das condições de vidados mais pobres. O relatório será encaminhado pela ONG ao presidente Luiz Inácio Lula da Silvanos próximos dias.