Empresa apresenta relatório ambiental de hidrelétrica para comunidade quilombola

02/04/2009 - 14h57

Luana Lourenço
Enviada especial
Cavalcante (GO) - A possibilidade deconstrução de uma pequena central hidrelétrica(PCH) no interior do território quilombola Kalunga, no nortede Goiás, levou hoje (2) 150 pessoas a uma audiênciapública para discutir o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) daobra. A audiência faz parte do processo de licenciamentoambiental do empreendimento.Na primeira parte daaudiência, durante toda a manhã, representantes daRialma Companhia Energética, responsável pela PCH,apresentaram os principais pontos do relatório e defenderam asustentabilidade ambiental e social da usina.“Todas asrecomendações do Ministério Público atéhoje estão sendo cumpridas e a legislaçãoambiental também”, argumentou um dos diretores da Rialma,Breno Caiado.Os estudos ambientais da  PCH Santa Mônicaenvolve  67 mil dos 253 mil hectares da áreaKalunga, 26,5% do total, de acordo com o EIA. A área a seralagada para formação do reservatório deveráser de 2,97 quilômetros quadrados, 0,11% do território.Segundo Caiado, aempresa já está realizando “açõesvoluntárias” de assistência social àscomunidades Kalunga, como o abastecimento de água. Alémdisso, pretende instalar escolas e postos de saúde na área.“É um trabalho social independente [da aprovação]da PCH”, afirmou.Caiado afirmou que, seautorizada, a construção da usina deverá gerar500 empregos na região. De acordo com o secretário deMeio Ambiente de Goiás, Roberto Freire, a contrataçãode mão-de-obra local deverá ser uma das condicionantespara a concessão da licença prévia para oempreendimento. “Vamos ser bastante rigorosos com as condicionantessociais”, disse à Agência Brasil.O prefeito do municípiode Cavalcante, Josias Magalhães, argumentou que a construçãoda usina poderá estimular o desenvolvimento econômico dacidade, principalmente pela possibilidade de sanar os problemas deabastecimento energético da região. “Não dápara falar em desenvolvimento sem energia. Se obedece a lei e nãoprejudica a comunidade, não vejo por que não autorizaro empreendimento”, disse.De acordo com a Rialma,três dos 30 megawatts de energia que a usina produziráserão destinados para abastecimento dos municípios deCavalcante, Teresina de Goiás e Monte Alegre.A audiênciapública segue durante a tarde. Lideranças dascomunidades Kalunga, representantes do Ministério Público,do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária(Incra), da Fundação Palmares deverão expor suasconsiderações sobre o empreendimento.