Instalação de CPI para investigar Petrobras ainda não é consenso entre senadores da oposição

01/04/2009 - 20h31

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O PSDB reunirá sua bancada, na terça-feira (14) após a Semana Santa, para decidir se formaliza ou não o requerimento para a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) destinada a investigar possíveis irregularidades na Petrobras. Entre os senadores tucanos ainda não há um consenso sobre a oportunidade desta CPI e o objeto da investigação, se apenas supostas irregularidades praticadas na construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, ou a ampliação para outras atividades da estatal.“No almoço da bancada vamos ponderar todos os prós e contras desta CPI. Vamos avaliar com maturidade se a hora [de requerer as investigações] é essa”, afirmou o líder Arthur Virgílio Neto (AM). Alguns senadores ponderam se seria oportuno abrir investigações das atividades de uma das mais importantes empresas do país, no momento em que o país está submetido aos efeitos de uma crise econômica mundial.Arthur Virgílio Neto ressaltou, entretanto, que não se pode utilizar a crise como argumento para inviabilizar a CPI sobre as atividades da Petrobras. “Eu diria que é preciso um fato muito forte para justificar uma CPI”, disse o líder. Ele acrescentou que a própria falta de atuação das comissões do Senado, como a de Fiscalização e Controle e a de Infra-Estrutura, acabam por forçar a abertura de uma CPI.O líder do DEM, José Agripino Maia (RN), adotou o caminho da prudência quando questionado sobre o assunto. A seu ver, uma CPI destinada a investigar a Petrobras terá que ter um fato determinado “muito claro”, além de quadros partidários qualificados para conduzir os trabalhos. Ele teme que, neste caso, se repita o ocorrido em outras CPIs, que não deram qualquer resultado efetivo por conta da politização dos trabalhos.O líder do governo, senador Romero Jucá (PMDB-RR), discordou frontalmente da criação de uma CPI do Senado para investigar atividades da Petrobras. “A disputa não deve partir para esse tipo de ação. Não é o momento oportuno para uma CPI. O governo acha que não é oportuno discutir a [instalação] CPI por causa de uma ação da Polícia Federal. Não se trabalha com retaliação, mas com explicação” afirmou o líder governista.