Brasil e França querem estratégia comum no G20

01/04/2009 - 1h17

Carolina Nogueira
Especial para a EBC
Paris (França) - Um rápidoencontro no Palácio do Elysée, em Paris, afinou odiscurso dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e NicolasSarkozy, da França, na véspera do início da reunião do G20,que ocorrerá em Londres. Ambos foram enfáticosao afirmar que o encontro de amanhã (2) em Londres tem a responsabilidade de daruma resposta efetiva à atual crise econômica. Sarkozy, que nosúltimos teria ameaçado não assinar a declaraçãofinal do encontro caso não haja uma proposta objetiva demudança no sistema financeiro mundial, disse que vêsintonia entre as expectativas dos dois países para a reunião.“Nós queremos que o mundo avance, e se unirmos nossas vozes,se avançarmos juntos, somos mais fortes”, disse o presidentefrancês. O presidente brasileirodefendeu a reforma das instituições multilaterais, comoo Fundo Monetário Internacional (FMI), e criticou a atualdesregulação do sistema financeiro mundial. Em recadoaos Estados Unidos, que defendem no G20 maiores investimentos emprogramas de retomada da economia, Lula convocou os países demaior PIB do mundo a combaterem os “ativos podres” do sistemafinanceiro, que segundo ele, nunca se refletem em crédito parao sistema produtivo. Lula ressaltou aimportância de os investimentos no sistema financeiro estaremvinculados à produção e à geraçãode emprego e renda. O líder brasileiro ainda criticou osparaísos fiscais, que segundo ele são “quase imorais”em um mundo que tem um bilhão de pessoas abaixo da linha depobreza.Lula descreveu oencontro do G20 como uma reunião de amigos, mas que nãoserá fácil pois “nem todos os amigos pensam igualneste momento”. Ele afirmou, no entanto, que está otimista,e acredita que o encontro resultará em uma proposta que tragaalento aos que perderam seu emprego em decorrência da crise.Ainda durante o almoço, Lula e Sarkozy discutiram parceriasestratégicas entre os dois países e marcaram uma visitado presidente francês no Brasil para o dia 7 de setembro desteano.Logo depois doencontro, Lula viajou para Londres de trem rápido, o Eurostarque trafega por baixo do Canal da Mancha. A decisão de ir àInglaterra de trem foi tomada para que o presidente conhecesse omoderno sistema ferroviário da Europa, que inspira o projetoem discussão pelo governo brasileiro de construçãode um trem de alta velocidade para ligar as cidades de Campinas, SãoPaulo e do Rio de Janeiro.