Governo espera elevar em R$ 9 bilhões os recursos de financiamento à agricultura

26/03/2009 - 18h06

Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Conselho Monetário Nacional prorrogou até junho de 2010 o aumento do percentual da caderneta de poupança rural, de 65% para 70%, e dos depósitos à vista, de 25% para 30%, destinados ao crédito agrícola, que venceria em junho deste ano. Com a prorrogação, o governo estima que a safra 2009/2010 tenha mais R$ 9 bilhões, sendo R$ 6 bilhões dos depósitos à vista e R$ 3 bilhões da poupança rural.O governo sinaliza ainda aos bancos que o percentuais serão reduzidos em um ponto ao ano, a partir de 2010, até retornarem aos patamares anteriores, vigentes até novembro do ano passado. O secretário adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Gilson Bittencourt, disse que a decisão foi tomada três meses antes do vencimento da medida porque alguns bancos já estavam começando a frear liberação de recursos para novas operações de crédito rural.“Em conversas com as instituições financeiras, elas nos colocaram que já estavam reduzindo as aplicações pra a comercialização desta safra. Nem era para a safra 2009/2010. Porque já estavam imaginando uma necessidade menor de obrigação de aplicações em crédito rural a partir de 1º de julho”, afirmou.Segundo Bittencourt, a medida tem ainda mais importância na medida em que mantém essas aplicações num momento de “incertezas”em relação à próxima safra. As dúvidas estão principalmente nas tradings, empresas multinacionais que financiavam, em média, 35% da safra brasileira. Em alguns estados, como o Mato Grosso, elas eram responsáveis por até 70% do crédito agrícola ofertado. Não se sabe se as tradings retornarão ao mesmo patamar de participação no crédito agrícola, após o recuo drástico provocado pela crise financeira internacional."A nova safra já começa agora em termos de decisão sobre plantio. Os financiamentos podem até começar mais tarde, mas já sinalizamos [com a medida] que vai ter mais recurso, que não vai reduzir”, afirmou Bittencourt.