Diretor-geral da Polícia Federal nega foco sobre partidos políticos na Operação Castelo de Areia

26/03/2009 - 18h38

Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, negou hoje(26) que a Operação Castelo de Areia tenha tido como foco investigarpartidos políticos. A operação, deflagrada ontem (25), resultou naprisão prisão de quatro diretores e duas secretárias da empreiteiraCamargo Corrêa, acusados de superfaturamento de obras públicas eremessa ilegal de recursos para o exterior.As investigações daPF apontam que a construtora teria feito doações ilegais para setepartidos políticos nas eleições municipais de 2008. Corrêa argumentouque o foco da operação eram crimes financeiros e lavagem de dinheiro e que aPF “cruzou com os dados” envolvendo os partidos, e os repassou á Justiça,como é de sua responsabilidade.“Não foi esse o foco[eleitoral]. Mas se esse foco se caracterizar crime, vamos apurar,independente de partido. A Polícia Federal não atua pautada porquestões político-partidárias”, disse, após a cerimônia em comemoraçãoaos 65 anos da instituição, que contou com a presença do presidenteLuiz Inácio Lula da Silva.Os partidos que teriam recebido odinheiro são PPS, PSB, PDT, DEM, PP, PSDB e PS. O DEM afirmou quepedirá à Justiça de São Paulo todos os documentos referentes àoperação. E se a solicitação não for atendida, poderá recorrer aoSupremo Tribunal Federal (STF).“Se esses eventuais repassessão lícitos ou ilícitos, a PF não faz juízo de valor”, afirmou Corrêa,acrescentando que as investigações chegaram ao público por decisão dojuiz federal Fausto De Sanctis, que divulgou relatório da PF.  Noevento de 65 anos da PF, o ministro da Justiça, Tarso Genro, afirmouque é vedada “qualquer interferência política” no órgão policial. De acordo com nota da PF, sete mandados de prisão preventiva foram cumpridos, sendo três no Rio de Janeiro e quatro em São Paulo. Outros três mandados de prisão temporária ocorreram em São Paulo. A investigação teve início em fevereiro de 2008.