Depois de três dias de negociação com a Petrobras, petroleiros decidem manter greve

26/03/2009 - 20h17

Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Depois de três dias de negociações com a Petrobras, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) e os demais sindicatos dos trabalhadores do setor decidiram manter a greve nacional de cinco dias iniciada na última segunda-feira (23). Segundo o diretor da FUP, Marlúzio Ferreira, os dois lados não chegaram a um acordo sobre as reivindicações dos trabalhadores.Ferreira disse que a Petrobras apresentou uma proposta no acordo que previa investigações sobre possíveis excessos cometidos pelos grevistas durante a paralisação. O item teria sido um dos principais motivos para os sindicatos não assinarem o acordo.“A gente estava tentando construir uma proposta para encerrar a greve, só que a Petrobras insiste, dentro da proposta apresentada, na negociação, de punir os trabalhadores. E nós nunca vamos assinar um documento nem indicar a aceitação desse documento onde está escrito que o trabalhador será punido”, disse Ferreira.Sem o acordo, a greve continua pelo menos até amanhã (27), como estava previsto desde o início da mobilização pelo calendário dos sindicalistas. A decisão sobre se o movimento continua será tomada pela categoria em assembléias que serão realizadas amanhã. Também amanhã os funcionários da BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras, farão uma paralisação de 24 horas em solidariedade ao movimento dos petroleiros.Os funcionários querem, entre outras propostas, o aumento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), gratificação paga aos trabalhadores com base nos lucros da empresa. A Petrobras informou,por meio de nota, que “em nenhum momento houve ameaça dedemissão ou punição aos trabalhadores em greve.A proposta estabelecia que eventuais excessos cometidos durante omovimento seriam objeto de procedimentos administrativos”.De acordo com aestatal, durante os dois dias de negociações com ossindicatos foi elaborada uma proposta em conjunto que atendesse àsreivindicações dos petroleiros. Ela incluía“aumento substancial do piso da Participação nosLucros e Resultados (PLR) e pagamento de hora-extra no feriado de 1ºde maio". A empresa informou ainda que "em relação às reivindicaçõesrelacionadas à segurança dos trabalhadores, havia sidoproposto a realização de reuniões periódicasentre as áreas de negócio, além da discussão,em conjunto com os sindicatos, da implementação daspráticas da política e diretrizes corporativas de SMS".

Nanota, a Petrobras afirma que permanece aberta à negociaçãocom os trabalhadores e que deseja um entendimento entre as partes. Aempresa diz ainda que “vai continuar a tomar todas as medidas paraa garantia da normalidade das operações e a manutençãoda produção, sem prejuízo à segurançados trabalhadores e ao abastecimento do mercado”.