Ministro do STF nega a governador prazo maior para saída de arrozeiros da Raposa Serra do Sol

25/03/2009 - 21h37

Ana Luiza Zenker
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Apesar do pedido feitopelo governador de Roraima, José de Anchieta Junior, o ministro doSupremo Tribunal Federal (STF) Carlos Ayres Britto negou hoje (25) que o prazopara retirada dos fazendeiros não-índios da Terra Indígena RaposaSerra do Sol possa ser prorrogado. Anchieta Junior se reuniu hápouco com Britto, para tratar do papel do governo do estado nadesocupação da reserva.O ministro do Supremoconfirmou que houve o pedido por parte do governador para que aretirada pudesse se estender além de 30 de abril. “Mas eu járespondi que essa data foi muito bem planejada, foi meditada, ela ésuficiente para a retirada pacífica sem maiores danos, sem maioresprejuízos materiais e o governador entendeu perfeitamente”, disse o ministro.Mais cedo, Anchieta sereuniu com o ministro da Justiça, Tarso Genro. Logo depois dareunião, ele disse que o prazo determinado pelo STFera necessário para começar o trabalho de desintrusão da área,mas “que, se demonstrada boa vontade das pessoas em começarem a sair,eu acho que nada obsta de ser flexibilizado e ampliado”.O governador ainda deveser reunir com o presidente do Tribunal Regional Federal da 1ªRegião, sediado em Brasília, Jirair Airam Migueriam, para definir como vai ser oauxílio do governo do estado no processo de retirada dos não-índiosda Raposa Serra do Sol. De acordo com Anchieta Junior, esse processodeve começar já na próxima semana.Ele disse, também, quehá áreas no estado para reassentar os agricultores que serãodeslocados. “Dependendo da vocação de cada um, nós vamosprocurar para cada um a solução do recomeço da vida”, afirmou. Apreocupação do governo é que se possa fazer a saída de formaharmônica, com menos traumas, “para que a gente não possa trazerproblemas para a nossa população”.