Greve tem adesão de 80% dos petroleiros no Amazonas

25/03/2009 - 16h14

Amanda Mota
Repórter da Agência Brasil
Manaus - Em greve há três dias, os petroleiros do Amazonas esperam definir acordo com a direção da Petrobras até a próxima sexta-feira (27). O coordenador geral do Sindicato dos Petroleiros do Amazonas (Sindpetro/AM), Acássio Carneiro, em entrevista à Agência Brasil, afirmou que a greve mobilizou aproximadamente 80% dos quase 2,8 mil trabalhadores da companhia no estado.Segundo Carneiro, apesar da interrupção temporária de parte dos serviços, como nos setores administrativos e na produção das refinarias de Manaus e de Urucu, em Coari, não há prejuízos diretos para o cidadão. Ele ressaltou a importância dessa greve para esclarecer as regras de pagamento da participação nos lucros e resultados (PLR).“As regras para pagamento da PLR atualmente não estão claras para nós. Todo ano é um mistério e um estresse porque nunca sabemos ao certo quanto vamos receber. Queremos clareza nessas regras”, sintetizou. Ainda segundo Carneiro, a greve trouxe à tona outras questões importantes, como a preocupação com a preservação dos postos de trabalho terceirizados e com a segurança dos petroleiros em todo país. O sindicalista afirmou que o sistema Petrobras registra, em média, um óbito de funcionário por dia.“Queremos mudar a política de segurança da companhia porque o número de trabalhadores que morrem no trabalho é muito alto. Os terceirizados são os mais atingidos”, afirmou.De acordo com o diretor executivo da Central Única dos Trabalhadores (CUT) no Amazonas, Edílson Pinheiro, o quadro de funcionários efetivos da Petrobras no Amazonas é inferior ao número de terceirizados. Ele ressaltou que a CUT está acompanhando as negociações e prestando apoio aos grevistas e que, assim que situação for resolvida, os trabalhadores vão retomar suas atividades.“Como eles trabalham em sistema de plantão, tão logo um acordo seja realizado, eles poderão retomar suas atividades de imediato, ainda que isso ocorra no fim de semana”, garantiu Pinheiro. A mobilização nacional dos funcionários da Petrobras tem como pano de fundo o aumento no percentual de participação de lucros e resultados (PRL) da companhia, garantias em relação aos postos de trabalho, ao extraturno e à segurança. De acordo com a Federação Única dos Petroleiros, apesar de o lucro da estatal em 2008 ter sido superior em cerca de 60% ao de 2007, os valores propostos para o pagamento da participação de lucros e resultados aos funcionários estão abaixo do que foi pago pela empresa nos últimos quatro anos. A direção da Petrobras declarou que a greve não prejudica as operações nas plataformas, refinarias e nos terminais.