Desafio agora é resolver remuneração da poupança e de outros investimentos, diz Meirelles

25/03/2009 - 14h30

Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Com a queda da taxaSelic e a previsão do mercado de que o Banco Central reduzaainda mais os juros básicos, o desafio é resolver oproblema da indexação da poupança e de outrosinvestimentos, como os fundos de pensão com rendimentopré-fixado. A afirmação é do presidentedo Banco Central, Henrique Meirelles, que participa neste momento deaudiência pública das comissões de Acompanhamentoda Crise Financeira e da Empregabilidade e de Assuntos Econômicos(CAE) do Senado.Meirelles afirmou quepara resolver essa questão é necessário atuaçãodo Congresso, já que o rendimento de poupança édefinido por lei. “É um desafio que terá que serequacionado. Não vou dar uma decisão. É umdecisão das senhoras e dos senhores”, disse Meirelles,referindo-se aos parlamentares.Na ata da últimareunião do Comitê de Política Monetária(Copom), divulgada no dia 19 deste mês, o Banco Central avaliouque o “espaço” para futuras reduções da taxabásica de juros, a Selic, vai levar em conta aspectos herdadosdo período de inflação muito alta no país.Depois das reduçõesda Selic, há o temor do governo e de analistas de mercado de queocorra uma migração das aplicações emfundos de investimentos, remunerados por essa taxa, para a poupança.Isso porque a poupança tem se tornado mais atrativa. Osdepósitos em poupança são atualizados pela TR,acrescida de juros de 0,5% ao mês (6% ao ano), e não háincidência de imposto de renda.Meirelles acrescentou que o crédito direcionado a segmentosespecíficos também é um desafio que precisa ser resolvido. “O créditodirecionado é resultado de período em que o crédito era restrito emuito caro”. Segundo Meirelles, é preciso “ir enfrentando essesproblemas e no devido tempo irmos normalizando o mercado brasileiro depoupança e crédito, com eliminação gradual de todas essas questões”.