Sindicato dos petroleiros diz que supervisores e gerentes controlam operações em refinaria no Paraná

24/03/2009 - 1h56

Lúcia Norcio
Repórter da Agência Brasil
Curitiba - O Sindicato dos Petroleiros do Paraná e Santa Catarina (Sindipetro PR/SC) informou, por meio de nota divulgada na manhã de hoje (24), que o controle das operações da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária, região metropolitana de Curitiba, está a cargo de um grupo de contingência, formado por supervisores e gerentes.Segundo o sindicato os funcionários que agora são responsáveis pelas operações não têm capacidade para realizá-las, o que coloca em risco a vida desses petroleiros, as instalações da refinaria, o meio ambiente e a comunidade que vive nas proximidades. De acordo com o sindicalista Anselmo Ruoso Júnior, diretor do Sindicato dos Petroleiros, há risco até mesmo de uma explosão.No comunicado, o sindicato afirma que, caso ocorra algum incidente, independentemente da proporção, tomará todas as medidas legais para responsabilizar a direção da empresa.Os funcionários da Repar estão em greve desde a zero hora de ontem(23), em adesão ao movimento nacional coordenado pela Federação Única dos Petroleiros (FUP). Na avaliação do sindicalista, todos os mil funcionários contratados da Petrobras aderiram à paralisação. Também trabalham na empresa cerca de 9 mil terceirizados.A nota informa que a direção da Repar liberou parte dos trabalhadores do turno das 15h30 de domingo (22) apenas hoje de manhã, por volta da 9h30, e reafirmando a condição de “regime de cárcere privado por 42 horas”. Por meio do sindicato, os trabalhadores propõem que haja uma vigilância técnica em regime de revezamento e se colocam à disposição para as negociações de troca de turno, garantindo que não haverá desabastecimento para a população. A Repar produz 35 mil metros cúbicos de petróleo por dia.Os trabalhadores consideram o posicionamento da direção da refinaria arbitrário. Segundo a nota, a empresa está “barrando a entrada de todos os funcionários nesta terça-feira e não dispôs dos ônibus para o transporte dos trabalhadores de turno”. A assessoria de imprensa da Repar rebateu as acusações do sindicato, lembrando que a empresa recebeu ontem (23) a visita de fiscais da Delegacia Regional do Trabalho (DRT) para verificar as denúncias de cárcere privado de trabalhadores, o que não ficou comprovado.De acordo com a assessoria, os funcionários estão na refinaria por iniciativa própria. A assessoria confirma que a Repar está trabalhando com equipe de contingência, mas com trabalhadores qualificados que já atuaram na área de produção. Essa equipe, segundo a empresa, é formada por funcionários, engenheiros e técnicos altamente qualificados para o setor de produção.