Segundo especialista, crise econômica atingiu em menor grau Porto de Santos

24/03/2009 - 18h42

Ivy Farias
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - A crise financeira internacional tem apresentado impacto sobre os negócios nos portos brasileiros. No Porto de Santos, porém, os efeitos da turbulência econômica são sentidos em menor grau, conforme explicou hoje (24) Carlos Kopittke, diretor comercial e de desenvolvimento da administração do porto. "A pauta de Santos é bem diversificada, importamos e exportamos diversos produtos, o que nos confere uma vantagem em relação aos demais portos", disse.Segundo o diretor, as exportações cresceram 23% em janeiro e 10% em fevereiro, comparados com os mesmos meses do ano passado. Os percentuais são referentes à tonelagem. "Em contrapartida, notamos que as importações caíram cerca de 30%", ressaltou. Kopittke atua no setor portuário há mais de 30 anos e garante que o Porto de Santos "está bem". "Esta crise afetou, mas não quebrou nem vai quebrar o porto, como os demais", apontou.Para ele, o porto deve recuperar o movimento a partir do segundo semestre deste ano. "Não bateremos recorde de nada, mas podemos crescer ainda mais as exportações de açúcar, soja e café", disse. O diretor aposta que as importações de veículos também devem diminuir por conta da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), que estimulou o mercado interno.Já André Zanin, diretor executivo da Federação Nacional das Agências de Navegação (Fenamar), comentou que a categoria sentiu uma significativa queda de receita desde outubro. Apesar de não ter dados oficiais, Zanin disse que a retração não foi tão grande e acredita que o futuro é promissor. "Mas a tendência é termos um patamar melhor, com o dólar estável", afirmou.O professor de economia da Universidade de Santos (Unisantos), Daniel Vazquez, alertou que o país deve usar a crise financeira como uma oportunidade para "modenizar os investimentos e fazer um planejamento de longo prazo para os portos. A crise vai passar e o Brasil tem que estar preparado para um novo ciclo do crescimento", lembrou.