Resolução que proíbe tratar homossexualidade como doença completa dez anos

24/03/2009 - 9h52

Da Agência Brasil

Brasília - A discussão sobre orientação sexual e ampliação da inclusão social de homossexuais foramalguns dos resultados obtidos com a resolução criada no dia 22 de marçode 1999 pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP). É dessa maneira que, dez anos depois, o presidente da CFP, Humberto Cota Verona, avalia os efeitos da resolução, que proibiu psicólogos brasileiros de tratar a homossexualidade comoproblema de saúde.Segundo ele, a medidafez com que o debate sobre homossexualidade estivesse cada vez mais presentena sociedade. “Ela [aresolução] teve um importante papel para garantir direitos e abrir adiscussão sobre a questão da orientação sexual. Hoje a gente pode dizerque a sociedade evoluiu bastante”, afirmou o psicólogo em entrevista ao programa Cotidiano da Rádio Nacional.Para apsicologia, a homossexualidade é uma experiência humana e não um desviopatológico como acreditavam profissionais que ofereciamtratamento de cura até a aprovação da determinação pelo conselho. “A resolução proíbe o psicólogo de tratar a escolhahomoafetiva como um problema de saúde e muito menos oferecertratamento e cura para isso. Foi com essa compreensão que editamos essaresolução que hoje nos dá muito orgulho de estarmos comemorando”, disse Verona.Apesar dos ganhos, o presidente do CFP enfatizouque ainda há muito que se fazer contra a discriminação. Segundo o psicólogo,pessoas com diferentes orientações sexuais que não a considerada “normal”pela sociedade sofrem com o preconceito e acabam procurando ajuda psicológica. “Apsicologia tem ajudado essas pessoas a encarar esse sofrimento, aaprender a lidar com esse enfrentamento social da sua escolha.”