Em Salvador, Lula diz que oposição não terá como criticar o governo, mesmo com a crise

23/03/2009 - 22h28

Carolina Pimentel e Luana Lourenço
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - Mesmo com a crise econômica mundial, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje (23), em Salvador, que a oposição não teráargumentos para criticar o governo. Segundo ele, os programas sociais,por exemplo, estão fluindo porque o governo tomou as decisões corretasna hora certa. “Vai acontecer muita coisa ainda neste país. Aúnica coisa que não vai acontecer é a oposição pensar que vai em algummomento encontrar um discurso para poder bater no governo”, afirmou,durante anúncio da ampliação do programa Territórios da Cidadania. De acordo com o presidente, os opositorestentarão criticar a taxa de juros, mas assegurou que até o final domandato, em 2010, ela estará em um patamar semelhante ao cobrado poroutros países. “Eles vão falar de juros, mas eu ainda não esqueci que,quando eu cheguei no governo, o juro deles era muito mais alto do que éhoje, Vamos chegar na eleição com o juro beminternacional”, afirmou. Em dezembro de2002, último ano do governo Fernando Henrique Cardoso, a  taxa básica de juros (Selic) era de 24,9% ao ano. No último dia 11, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduziu a Selic de 12,75% para 11,25% ao ano. Mesmo assim, essa taxa de juros é considerada uma das maiores do mundo.Sobre os programas sociais, Lula disse que estão no caminho certo e destacou que seu sucessor, independente de quem vier, não terá como acabar com essas ações. “Quem quer que seja [o novo presidente], e eu espero que seja quem eu estou pensando, não terá coragem de mudar”, disse. Embora os partidos não tenham definido seus candidatos à Presidência da República, aministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, presente ao evento, é apontada como apossível candidata do PT para concorrer às eleições presidenciais de2010. “Estou com a consciência tranqüila, porque a gente plantouna hora certa, irrigou na hora certa e agora não tem jeito, a colheitavirá, chova ou não chova”, afirmou, reiterando que a crise financeiradeve ser vista como um momento de oportunidade de crescimento daeconomia nacional. O programa Territórios da Cidadania dobraráa área de cobertura neste ano, de 60 para 120  locais, o equivalente a1.852 municípios. O Ministério do Desenvolvimento Agrárioestima em R$ 23,5 bilhões os investimentos para o programa em 2009. O cronograma prevê 181atividades de apoio à produção, acesso a direitos e infra-estrutura, queserão desenvolvidas por 22 ministérios.