Setor de energia elétrica terá este ano R$ 13 bilhões em recursos do BNDES

23/03/2009 - 19h43

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Osdesembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico eSocial (BNDES) para o setor de energia elétrica deverãosomar, este ano, mais de R$ 13 bilhões. No ano passado, foramliberados recursos para o setor no total de R$ 8,5 bilhões, amaior parte para geração hídrica, seguindo-sedistribuição, pequenas centrais hidrelétricas(PCHs) e transmissão. As aprovações, por suavez, atingiram R$ 16,7 bilhões em 2008 e representamdesembolsos que serão efetuados até 2012.Os dados foram divulgados hoje (23)pelo chefe do Departamento de Infra-Estrutura do BNDES, NelsonSiffert, durante seminário sobre os cinco anos do novo modelodo setor elétrico, promovido pelo Grupo de Estudos do SetorElétrico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Gesel/UFRJ).Siffert estimou que do total dedesembolsos previsto para 2009, cerca de 70% serão para a áreade geração hídrica. Os principais projetos sãoas usinas do Complexo Madeira (Santo Antonio e Jirau), Estreito, Fozdo Chapecó, Serra do Facão e Dardanelos.Os desembolsos do BNDES para o setorelétrico vêm crescendo ao longo do tempo. Em 2006, elessomaram R$ 3 bilhões, em 2007 foram R$ 6,2 bilhões, em2008 alcançaram R$ 8,5 bilhões e este ano deverãosomar R$ 13 bilhões. “O setor elétrico tem tidodesembolsos crescentes, de uma forma quase exponencial”, disse.Nelson Siffert considerou como umafeliz coincidência o fato dos empresários recorrerem aoBNDES em busca de recursos para investimentos na área deinfra-estrutura em um momento de crise mundial. Ele lembrou, porém,que os grandes projetos hidrelétricos haviam sido estruturadosem 2007, quando não havia ainda um cenário de crise. O chefe do Departamento deInfra-Estrutura do BNDES confirmou o interesse da instituiçãoem financiar as obras, de modo que elas tenham “um papelanti-cíclico” em relação à economiabrasileira. Somente o projeto da Usina de Estreito tem sete milpessoas empregadas no canteiro de obras, informou. Siffert afirmou que o setor deenergia e de infra-estrutura, de modo geral, não sofre oimpacto imediato da crise porque “é um setor que pensa nolongo prazo”. E admitiu que o BNDES tem feito um esforço nosentido de garantir os recursos para empréstimo àsempresas. “O BNDES tem tido uma postura maispró-ativa, no sentido de buscar o equacionamento das operaçõese não permitir que um projeto não se desenvolva porfalta de financiamento”. Disse.Nos últimos meses, ainstituição percebeu a necessidade de empreendedoresbuscarem empréstimos-ponte junto ao banco, como ocorreu emrelação à linha de transmissãoMarabá/Tucuruí/Manaus. O empréstimo-pontecorresponde, em geral, a 15% do investimento total.No segmento de transmissão,considerado o mais relevante na carteira do banco este ano, NelsonSiffert informou que os projetos já leiloados e com processosde concessão somam R$ 10 bilhões em financiamentos. Eledestacou o projeto da linha de transmissão do Madeira,englobando sete lotes, com financiamento previsto de R$ 4 bilhõese investimentos de R$ 7 bilhões. “Há perspectiva deaprovar ainda este ano o projeto do Madeira”. Já o linhãoMarabá/Tucuruí/Manaus tem investimentos superiores a R$3 bilhões.No período 2003 a 2008, oBNDES apoiou 230 projetos no setor de energia elétrica, quesomaram financiamentos de R$ 45 bilhões, representandoinvestimentos de R$ 78 bilhões. Dos 230 projetos, 155 foram naárea de geração de energia, equivalendo a cercade 20 mil megawats de capacidade.