Estudo mostra que agravamento da crise favorece crescimento em vários setores

23/03/2009 - 16h21

Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O agravamento da crise financeiramundial traz prejuízos para muitos, mas também criaoportunidades de crescimento para vários setores da economia.A conclusão é de levantamento feito por uma empresa deconsultoria do Rio de Janeiro, segundo o qual seis dos dez melhoresoportunidades para investir em 2009 estão relacionados àsituação econômica atual. Segundo oestudo, o líder do ranking é o setor demanutenção e reparos em geral, que no ano passado nemaparecia na lista. De acordo com Antônio César Carvalho,diretor da Acomp Consultoria e Treinamento e especialista em gestãode empresas, a restrição ao crédito e aincerteza da manutenção dos empregos foram fatoresfundamentais para que esse tipo de negócio aparecesse emprimeiro lugar.“Hoje vivemos uma realidade bem diferente dado ano passado, quando as pessoas preferiam trocar, por exemplo, umaparelho de ar condicionado a consertar uma peça que estivessecom defeito, porque seria possível financiá-la em 20 ou30 vezes”, afirmou Carvalho. Hoje, no entanto, com mais dificuldadede acesso ao crédito e medo de perder o emprego, a populaçãoprefere consertar os aparelhos e evita contrair novas dívidas,porque não sabe se poderá honrá-las,acrescentou.De acordo com o estudo, vêm se destacandono atual cenário econômico, áreas como a de tecnologia dainformação, puxada pela necessidade das empresas deotimizar a produção e reduzir custos. Tambémaparecem com bom desempenho as lojas de conveniência, jáque a prioridade passa a ser de compras pequenas, conforme asnecessidades vão surgindo, ao invés de compras emgrandes redes para fazer estoque de produtos em casa; e o setor demarketing industrial, influenciado pela necessidade dascompanhias de aumentar o escoamento de seus produtos.

O turismo interno é outrosetor com bons resultados, já que as viagens internas sãomais baratas e podem ser pagas em moeda nacional; assim com o denetbooks (computadores portáteis menores e menospotentes do que os notebooks), que têm custo menor doque equipamentos similares. Antônio CésarCarvalho disse que esse panorama foi verificado no Rio de Janeiro,mas ressaltou que as oportunidades se aplicam a praticamente todopaís, principalmente aos grandes centros de consumo, que têmcaracterísticas econômicas equivalentes. Ele destacou,no entanto, que, diferentemente de outras regiões, os efeitosda crise podem ter demorado um pouco mais a serem percebidos nacapital fluminense. “A pesquisa foi feita especificamenteno Rio, mas essa é uma realidade que pode facilmente serreproduzida em outros locais. A diferença que enxergamos nacapital fluminense é o momento em que a crise passa a sersentida com mais força. Por aqui, a parceria entre os governosfederal, estadual e municipal, além da grande quantidade deaposentados e de funcionários públicos e do forte apeloturístico, especialmente nesse início de ano ajudaram apostergar um pouco os impactos da crise”, afirmou.