Mães afirmam que vítimas de pedofilia são humilhadas na escola

19/03/2009 - 20h40

Vinicius Konchinski
Enviado Especial
Catanduva - Duasmães que depuseram hoje (19) na audiência pública que a ComissãoParlamentar de Inquérito (CPI) da Pedofilia realiza em Catanduva (SP)afirmaram que seus filhos, vítimas de abuso sexual, estão sendo humilhados na escola em queestudam. Elas disseram aos senadores que, devido a isso, as criançasnão querem mais frequentar as aulas e ainda sofrem de distúrbioscomportamentais graves.As duas mães, que depuseram vestindocapuz para não serem identificadas, abriram hoje as sessões dedepoimento do segundo dia da audiência da CPI. Bastante emocionadas,elas pediram providências aos senadores, pois disseram que asautoridades locais não estão dando a devida atenção as vítimas deabusos sexuais.“Tem professor que, durante a aula, perguntaquem foi abusado e pede para que a criança se levante”, disse aprimeira mãe a depor. “Nossos filhos não vão brincam mais, não dormemmais.”“Meu filho tem medo de ir a escola. Meu filho não dorme mais”, complementou a segunda mãe.Asduas testemunhas disseram ainda que estão sendo ameaçadas devido àsdenuncias feitas por elas. A primeira a depor afirmou aos senadores que,na madrugada de hoje, uma pessoa invadiu seu quintal.O senadorRomeu Tuma, membro da CPI, considerou graves as afirmações das mães. Elepediu providências da Secretaria Municipal de Educação e pediu tambémpara que a polícia de Catanduva fosse oficiada pela terceira vez paraque garanta a segurança das mães.Horas mais tarde, durante aaudiência, o prefeito de Catanduva, Afonso Machione Neto, anunciou acriação de uma força-tarefa de assistência às famílias. Senadorespediram a ele que a Guarda Municipal intensifique as rondas no JardimAlpino, local onde teriam ocorridos os abusos.Procurada pelaAgência Brasil, a Secretaria de Segurança Pública do Estado de SãoPaulo afirmou que qualquer informação sobre o caso de pedofilia emCatanduva deve ser obtida no Ministério Público, já que ainvestigação segue em segredo de Justiça. Por isso, o órgão não sepronunciou sobre a segurança das famílias, nem sobre os erros cometidos  pela delegada  Rosana da Silva Vani no inquérito que apurou as denunciasde pedofilia na cidade.