Crescem denúncias de racismo no Rio de Janeiro

19/03/2009 - 16h43

Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - As denúncias de racismo no Rio de Janeiro têmaumentado cotidianamente. É o que revela balanço do Disk Preconceito,divulgado hoje (19), pela Comissão de Combate às Discriminações ePreconceito da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Há quatro meses em funcionamento, o serviço atendeu cerca de 80 pessoas.Oserviço oferece apoio jurídico e social. Além disso, presta informações sobre comonotificar a violência, orientando as vítimas a registrarem ocorrênciaem uma delegacia de polícia. Advogados também acompanham o envio dosinquéritos ao Ministério Público. Até o fim de fevereiro, 31 denúncias se tornaram processos, que devem ser analisados pela Justiça. Deacordo com a presidente da comissão, a deputada estadual BeatrizSantos, a maior parte dos casos era de injúria. “Coisas como macaco ecrioulo fedido”, informou durante audiência pública. Segundo adeputada, a maior parte das vítimas era de mulheres negras, mas também háregistro de pessoas com deficiência, na capital e no interior.Paraampliar o atendimento às pessoas vítimas de discriminação, a SecretariaEstadual de Assitência Social e Direitos Humanos lançou hoje (19) mais umserviço, o Disk Racismo. De acordo com a secretária, Benedita da Silva,o atendimento também tem o objetivo de ajudar na formalização dasdenúncias, que serão recebidas com total sigilo no sistema.“Pormeio da nossa ouvidoria detectamos muitas denúncias de discriminação. Ogoverno do estado resolveu, portanto, criar o serviço para promover aigualdade racial”,afirmou a secretária destacando que já existe serviço semelhante para colher relatos de violência contra idosos, crianças e mulheres. Segundo Benedita, os dados também darão subsídios a novas políticaspúblicas.O número do Disk Preconceito da Alerj é 0800 282 08 02. O Disk Racismo da Secretaria de Assistência Social é (21) 2334-5591.